quinta-feira, 28 de abril de 2011

Dia Nacional de Mobilizações

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O dia 28 de abril foi escolhido pelo movimento popular como Dia Nacional de Mobilizações. Trabalhadores, trabalhadoras, estudantes do Piauí reuniram-se na Praça Francisca Trindade (ao lado do Palácio de Karnak) para defender a Vida, os direitos e os serviços públicos.

A organização do Dia Nacional de Mobilizações no Piauí está sendo feita por: CSP-Conlutas, Fórum das Pastorais Sociais, Intersindical, ADCESP, ANDES, AVABA - Cocal, SINDCEFET, SINDSERM, Jornal Atente, SINTECT-PI, SINTRAJUFE, SINDJUS, SINDAPEP, ASSOJESPI, ANEL, ENECOS, CAJUINA, PSOL, PCB, PSTU.

Bingo Fone - Grupo Tecla - Dia Nacional de Mobilizações

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Manifesto marca Dia Nacional de Mobilizações no Piauí

O dia 28 de abril foi escolhido pelo movimento popular como Dia Nacional de Mobilizações. Trabalhadores, trabalhadoras, estudantes do Piauí se reunirão na Praça Francisca Trindade (ao lado do Palácio de Karnak), às 8h, para defender a Vida, os direitos e os serviços públicos.

A organização do Dia Nacional de Mobilizações no Piauí está sendo feita por: CSP-Conlutas, Fórum das Pastorais Sociais, Intersindical, ADCESP, ANDES, AVABA - Cocal, SINDCEFET, SINDSERM, Jornal Atente, SINTECT-PI, SINTRAJUFE, SINDJUS, SINDAPEP, ASSOJESPI, ANEL, ENECOS, CAJUINA, PSOL, PCB, PSTU.

A situação da classe trabalhadora e da população brasileira em geral nos primeiros meses de 2011 continua bastante difícil. Já no final de 2010, os deputados e senadores aumentaram seus próprios salários em 62% e o da presidenta Dilma em 132%. Em contrapartida o salário mínimo que pouco mais da metade da população brasileira percebe foi reajustado em apenas 6%, chegando a 545 reais. Segundo o IBGE, 54 milhões de pessoas no país vivem com até meio salário mínimo.

Por outro lado o Governo Dilma cortou 50 bilhões do Orçamento da União, tirando dinheiro da saúde, educação e outros programas sociais, favorecendo os interesses das grandes empresas que lucram com a mercantilização dos serviços públicos. Não satisfeito, o governo determinou a suspensão dos concursos públicos e está anunciando reformas que retiram direitos dos trabalhadores como a PL 549/09, que congela os salários de servidores públicos por 10 anos e a PLP 248/98, que abre caminho para demissões no setor público. Além disso, está sendo preparada uma nova reforma da Previdência, que prevê o aumento da idade para a aposentadoria para homens e mulheres.

No Piauí a situação não é diferente. O governo compromete a maior parte da receita com o pagamento da dívida pública, que atualmente está acumulada em 2,4 bilhões de reais. Cerca de 50% da população economicamente ativa encontra-se desempregada e o Estado é o segundo em exportação de mão de obra para o trabalho escravo no Brasil. É o que tem mais incidência de trabalho infantil e hoje faz parte da rota de tráfico de pessoas. Só no ano de 2010 foram registradas mais de mil e trezentas ocorrências de violência contra a mulher. Os salários dos deputados estaduais aumentaram de 12 mil para 20 mil reais. Enquanto a pensão de 60 reais para as famílias atingidas pela barragem de algodões em Cocal foi suspensa pelo governo. No Piauí ainda existem 563 mil pessoas analfabetas.

Bandeiras de luta

Gerais
Não pagamento da dívida pública da União e do Estado;
Contra as privatizações do Governo Dilma;
Reforma Agrária sob o controle dos trabalhadores;
Defesa dos direitos trabalhistas, previdenciários e da aposentadoria;

Defesa do serviço público
Valorização dos serviços e do funcionalismo público;
Conta a MP 520/10, que privatiza os hospitais universitários;
Contra a privatização dos Correios;
Mais verbas e autonomia financeira para a UESPI;
Educação pública gratuita e de qualidade;

Geração de emprego
Redução da jornada de trabalho, sem redução do salário;
Pro um programa de obras públicas;
Correção da tabela do imposto de renda;

Defesa da vida
Solidariedade às vítimas das enchentes e garantia dos direitos das populações atingidas pela barragem Algodões I;
Contra o novo código florestal;
Fim das usinas nucleares;
Liberdade imediata do preso político Cesare Batistti;

Gênero e opressão
Fim da violência contra a mulher;
Ampliação e aplicação da Lei Maria da Penha;
Não à homofobia, prisão aos assassinos dos homossexuais.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Agricultores do Piauí participam de evento nacional em Pernambuco

O evento reúne agricultores para discutir o papel das famílias agricultoras na construção das políticas públicas de convivência com o Semiárido.

Dona Mirtes sai do município de Apuiaré, a 111 quilômetros de Fortaleza. Já Dona Vitória, vai sair de Castelo do Piauí, município no Semiárido piauiense. E Seu Deraldo está vindo de Porteirinha, no Norte de Minas Gerais. O destino deles é o mesmo: II Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido, que acontecerá de 27 a 29 de abril, em Pesqueira, no agreste de Pernambuco.

No Encontro, Dona Mirtes, Seu Deraldo e Dona Vitória vão se unir a outros 200 agricultores e agricultoras de todo o Semiárido brasileiro. O que os une no evento é a capacidade de criar alternativas para se adaptar à região semiárida. Por isso que eles ganham o adjetivo de “experimentadores”.

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido organiza sua delegação para participar do encontro. Serão 20 participantes, agricultores e agricultoras como Dona Vitória levarão suas experiências para serem compartilhadas com outras dezenas de agricultores do nordeste e também de outros Países.

Ao promover o encontro de agricultores e agricultoras de diversas regiões do Semiárido, a ASA reconhece e valoriza o saber tradicional de quem cuida da terra. Esse saber permite uma melhor adaptação às condições semiáridas. Por isso, constam na programação do evento visitas a campo.

“Nas visitas, a idéia é que as famílias anfitriãs apresentem sua trajetória de inovação desde a constituição do núcleo familiar, estratégias de acesso a terra, processos de constituição das infraestruturas hídricas, dos sistemas pecuários, da produção de alimentos e segurança alimentar, distribuição do trabalho nas famílias e das relações de gênero e estratégias de acesso aos mercados”, explica Antônio Barbosa, coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).

O P1+2 é um dos programas da ASA, cujo foco é propiciar às famílias tecnologias sociais para armazenamento de água para produção de alimentos, como também infraestrutura mínima para a manutenção do quintal produtivo (terreno ao redor onde se planta pequenas hortas, plantas medicinais e para criação de pequenos animais).

Programação – No Encontro, estão previstas mesas redondas sobre políticas públicas para a convivência com o Semiárido. Uma, com participação de representantes do governo e da ASA, trata das inovações da agricultura familiar na construção de políticas públicas. A outra mesa formada por agricultores e agricultoras vai refletir o papel dos experimentadores na construção dessas políticas.

Um ato público vai encerrar o encontro, na manhã do dia 29. Cerca de mil agricultores e agricultoras de comunidades rurais do agreste de Pernambuco se encontrarão com os participantes do encontro num cortejo pelas ruas centrais de Pesqueira. Ao final da caminhada, haverá apresentações de grupos da cultura local como bandas de forró pé-de-serra e o grupo Coco Raízes de Arcoverde.

Convidados especiais – Representantes dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente, do Governo de Pernambuco e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) foram convidados para participar do Encontro. Agricultores que moram na região do Chaco, que abrange território da Argentina, Bolívia e Paraguai e tem características semelhantes às do Semiárido brasileiro, estão com presença confirmada.

O evento é realizado pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil) e apoiado pelo MDS, Ministério o Desenvolvimento Agrário, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Agência de Cooperação Espanhola, Instituto Ambiental Brasil Sustentável, Fundação Avina e Heifer.

Agricultura familiar no Semiárido – A região é o endereço de 80% das famílias agricultoras do Brasil. Dados oficiais afirmam que 60% dos alimentos que abastecem o mercado interno vêm da agricultura familiar. Esta atividade emprega 77% dos 17 milhões de brasileiros que trabalham no campo.

Apesar de importantes para o país, a agricultura familiar e o Semiárido nem sempre são reconhecidos pelo seu potencial socioeconômico. Por trás disto, há um conjunto de valores (como o não reconhecimento do saber tradicional das famílias agricultoras) e condições sociopolítica e econômica (grandes latifúndios, concentração de água, etc) que geram uma falsa ideia de que é impossível uma família agricultora ter uma vida digna no Semiárido. Como conseqüência disto, podemos citar o abandono da terra e a migração para as grandes cidades (êxodo rural).

A ASA surge do intuito de organizações que já atuavam no Semiárido de quebrar este círculo vicioso (desvalorização do saber tradicional - baixa autoestima das famílias agricultoras - negação de direitos à água, à terra, à segurança alimentar e nutricional – etc). A ação desta rede com mais de mil organizações da sociedade civil tem influenciado a criação de políticas públicas de convivência com o Semiárido, com mudanças sociais, econômicas e ambientais na região.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Criatividade das famílias ajuda a encher cisternas calçadão no Piauí

Na comunidade Capivara, 12 quilômetros da zona urbana do município de Massapê do Piauí, uma canalização diferente chama atenção das pessoas que passam pela porteira da casa de dona Teresinha Vita de Jesus. Essa canalização liga o telhado da casa da agricultora à sua cisterna calçadão construída através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), através da Cáritas Brasileira Regional do Piauí.

Dona Teresinha conta que ganhou sua cisterna em 2008, mas com o inverno fraco e a chuva pouca nunca tinha visto sua cisterna encher. Foi quando seu filho, Sebastião José de Araújo – o Bastim -, viu a idéia do agricultor Luis Gonzaga Carvalho, o Luís da Apolônia, que é seu vizinho.

“Meu filho viu que ele tinha puxado uns canos do telhado para o ‘cisternão’ e a gente resolveu fazer também. Quando a cisterna pequena enche, a gente engata os canos do ‘cisternão’. Desde que a gente recebeu essa cisterna ainda não tinha visto ela encher, por causa do inverno fraco. Agora com a água que escorre do calçadão e das telhas ela enche e é rápido”, conta a agricultora.

Dona Maria das Mercês dos Santos Reis, esposa do seu Luis da Apolônia, conta que a invenção surgiu quando a família viu a cisterna pequena sangrando e a água da chuva indo embora. Até então seu Luis ainda não tinha visto ninguém fazendo igual. “Ele viu que o cano enchia a cisterna pequena e resolveu experimentar ligar o telhado, que é bem grande, no ‘cisternão’ também”.

Na casa do seu Luís da Apolônia e dona Mercês, uma parte do telhado enche a cisterna pequena e a outra parte ajuda a encher a cisterna grande. E ainda sobrou telhado sem calha. A intenção do casal é buscar uma forma de aproveitar essa parte também. “Ano passado só encheu por causa dos canos, pois a chuva foi fraquinha. Se a gente pudesse tinha outra cisterna dessa para colocar essa água que ainda vai embora, porque água aqui é difícil”.

A estiagem no Piauí ano passado foi uma das maiores da década. Na região de Picos, onde o município de Massapê fica localizado, as últimas chuvas de 2010 caíram no mês de maio. Em Caldeirão Grande, município vizinho a Massapê, dona Eliene Josefa moradora da comunidade Pau Ferro - na contagem pluviométrica que faz todos os anos -, chegou a registrar a precipitação de somente 376 mm de chuva durante todo o período. No semiárido Piauiense o nível anual médio de precipitação é de 700 mm.

Mariana Gonçalves - Comunicadora Popular ASA Brasil/ FPCSA/ Cáritas

terça-feira, 5 de abril de 2011

O livro "O Sonho Construído em Mutirão" agora versão online. Boa Leitura!

Para contar a história do sonho que foi construído coletivamente entre as famílias do município de Coronel José Dias, a Cáritas Brasileira Regional do Piauí organizou o livro “O Sonho Construído em Mutirão: uma experiência de convivência com o semiárido”. O livro conta toda a trajetória do projeto desde a idealização, diagnósticos, implantação e resultados concretos no município. Nele buscou-se retratar os impactos sociais, ambientais e culturais da experiência, mostrando as ações desenvolvidas, o caráter dessas ações, desafios e importância para a população da região que busca melhores condições de vida.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Barragem Subterrânea muda a vida e alimentação da família Ferreira

Logo quando se chega na comunidade Pau Ferro, no município de Caldeirão Grande do Piauí, imensos calçadões dão as boas vindas para as pessoas visitantes. Junto deles, reservatórios de 52 mil litros servem para armazenar a água captada durante o período chuvoso e que servirão para a produção de alimentos para as famílias.

Mais lá na frente, numa estradinha estreita e de difícil acesso para carros maiores, uma plantação de tomates e outras hortaliças chama atenção de quem passa. Antes da plantação um sangradouro e um cacimbão podem ser vistos, já denunciando que ali existe uma Barragem Subterrânea. A Barragem da família Ferreira.

No Sítio Anuês, nome dado a uma planta que servia de ração para os animais e que tinha muito no lugar, moram Brás Ferreira da Silva (mais conhecido como seu Ferreira) de 68 anos, dona Maria Raimunda de Carvalho de 70 anos e mais dois filhos. O casal tem mais outros três filhos que moram em Fronteiras, São Paulo e outro em Salitre no Ceará.

Casados há 48 anos eles nasceram e se criaram em Caldeirão Grande. Na propriedade da família as tarefas da roça são feitas pelos homens e as de casa pelas mulheres. As mulheres cuidam de alguns canteiros que garantem as hortaliças da alimentação. Os homens ficam de cuidar do feijão, do milho e da mandioca, além do trato com os animais e também da horta.

A água para beber e cozinhar é garantida pela cisterna de 16 mil litros que foi construída pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil). Apesar de ter um poço cacimbão, a família só utiliza a água da cisterna para beber e cozinhar já que a água do poço é muito salgada e só serve para saciar a sede das galinhas, porcos, ovelhas e do gado que a família cria.

Seu Ferreira conta que antes não conhecia a Barragem Subterrânea. Depois de todas as sondagens, a equipe da Cáritas Brasileira Regional do Piauí – Unidade Gestora Territorial do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da ASA – viu que a o local era adequado para a construção dessa barragem diferente.

Mesmo sem entender direito como ficaria a barragem, já que nunca tinha visto igual antes, só através de desenhos, seu Ferreira acreditou e topou o desafio. Depois de construída a barragem e feito o curso de capacitação em Gestão de Água para a Produção de Alimentos, o agricultor diz que a experiência trouxe mais conhecimento sobre como lidar com essa nova forma de produção. Um conhecimento que antes eles não tinham.

No primeiro ano já deu para perceber como a barragem funciona. Ele conta que uma vala é cavada até chegar na pedra e uma lona é colocada para impedir que a água vá embora. No local que o solo fica úmido ele plantou tomate, batata, coentro, cebolinha, pimentão, pimenta, cenoura. O plantio dele é bem variado, mas o forte mesmo é o tomate. Como ele próprio diz, já tem vocação para plantar tomate. São 15 anos trabalhando com o fruto, passando pelo Maranhão e chegando em Picos, onde trabalhou nos últimos cinco anos.

Ele ensina como plantar o tomate. Primeiro se faz as mudas com as sementes guardadas ou compradas, com um canteirinho. Quando botar a plantinha do tomate deve-se mudar as plantas do canteirinho para a área que ficará até dar frutos. É importante que se tenha molhado suficiente para segurar a plantação. E veneno ele diz que não precisa botar. Como a plantação dele é bem diversificada e não desmata a propriedade, os insetos são bem controlados e deixam a plantação em paz.

Esse ano a plantação foi para experimentar e garantir o suficiente para por na mesa de casa. Mas seu Ferreira quer mais! E sabe que experimentando dá certo. Ele planeja plantar dois mil pés de tomate no lugar no próximo inverno. Se a água não der para o sonho dele, não tem problema. Ele garante que aprendeu como faz a barragem e pretende fazer outra para aproveitar mais uma área da propriedade.

Junto com a Barragem Subterrânea a família recebeu sementes de hortaliças variadas que a família já aproveitou nos canteiros e mudas de árvores frutíferas. Abacate, laranja, manga, caju, beterraba a família destinou outra área para serem plantadas. Só a manga que não pode ser plantada mais próximo da barragem, porque como explica seu Ferreira a raiz dela é muito grande chegando a dar três metros e a terra é muito rasa, impossibilitando o desenvolvimento da planta.

E garante: “Esse trabalho da Cáritas e da ASA é muito importante, porque chega a água para a pessoa trabalhar. Chega a água para a pessoa beber, para nós que nunca tinha visto isso. Então, eu estou muito satisfeito!”

Mariana Gonçalves - Comunicadora Popular P1+2/ASA Brasil/ Cáritas
Sistematizado em agosto de 2009 para o Boletim "O Candeeiro"