quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cáritas e UFPI lançam programa para a Terceira Idade

A Cáritas Diocesana de Picos em Parceria com a Universidade Federal do Piauí acaba de lançar o Programa de Extensão NETI (Núcleo de Estudo da Terceira Idade), que envolve os projetos dos cursos de Pedagogia, Enfermagem e Nutrição do Campus Senador Helvídio Nunes.

O programa inicia com uma turma piloto de 40 idosos, todos encaminhados através da Cáritas, terá duração de 200 horas com uma programação voltada à formação e ampliação de saberes na área de educação e saúde, que devem ser somados ao conhecimento adquirido ao longo da vida de cada um dos participantes.

De acordo com o Pe. Flávio Santiago, Vice-Presidente da Cáritas Diocesana e Vigário Geral da Diocese de Picos, “a função da Cáritas é promover a solidariedade, o encontro e trabalhar para diminuir do tecido social a chaga exclusão”. O padre acrescenta que, segundo o IBGE houve um crescimento da população na faixa da terceira idade, acompanhado do aumento da expectativa de vida, por isso a preocupação em saber como estão vivendo os idosos e o que fazer para que eles não levem uma vida à margem da sociedade.

“A Cáritas Diocesana sensível à realidade e inspirada nos ensinamentos de Jesus bateu às portas da Universidade Federal do Piauí em busca de parcerias que permitissem trabalhar com as pessoas da terceira idade”, afirma.

Segundo a professora Laura Formiga, coordenadora do Núcleo de Estudos da Terceira Idade, a expectativa é retirar esses idosos do sedentarismo e da exclusão social, trazendo-os para a universidade como universitários, onde haverá o processo de ensino-aprendizagem para ambas as partes. “Esperamos que eles atuem como disseminadores do que foi aprendido nos projetos, para que outros idosos possam se interessar e fazer parte das próximas turmas. Como teste piloto teremos os cursos de Pedagogia, Enfermagem e Nutrição, onde cada um vai desenvolver atividades específicas à sua área e futuramente contaremos também com a adesão dos demais cursos do Campus”, disse.

Na oportunidade, participantes do NETI se manifestaram falando da alegria em poder participar, voltar à sala de aula e aprender para também ensinar. “Fiquei na expectativa como se fosse a primeira vez a ir para escola, acho muito importante esta iniciativa, muitas vezes os nossos direitos não são respeitados, vez por outra encontramos uma barreira e precisamos lutar para que o nosso espaço seja garantido, as pessoas me perguntaram se eu fiz vestibular ou vou entrar como portadora de diploma, e eu disse que não, a minha idade me garante esta oportunidade”, agradeceu a senhora Raquel Antonia da Silva à Cáritas e à Universidade Federal do Piauí.

Fonte: Protal Acessepiaui.com.br

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Sociedade não aguenta mais a exploração e o desrespeito

Artigo de opinião

Li atentamente o artigo 2, “ACERCA DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS EM TERESINA”. Publicado na página OPINIÃO, no dia 16/09/11, neste conceituado meio de comunicação. Confesso, me senti provocado a manifestar minha opinião.

Recentemente visitei a Europa, viajando por nove países do velho continente, entre eles Inglaterra, França, Itália, Espanha, Holanda, Alemanha... Em que pese todas as crises e dilemas dessas sociedades, não podemos deixar de reconhecer que além da riqueza cultural, da responsabilidade social e do bem estar da população, prevalece nesses países o senso da Consciência Coletiva. Ou seja, o Estado e a Sociedade priorizam respeitam, coletivamente, os direitos de cidadania. Vive-se bem, muito bem, mesmo os pobres.

Enquanto que, no Brasil, o Estado abandonou a sociedade, os ricos demonstram maior ostentação e desprezo pelos pobres do que em qualquer país do mundo. Apesar disso, os brasileiros ricos são pobres. Continuam na pobreza porque compram sofisticados automóveis importados, com todos os exagerados equipamentos da modernidade, mas ficam horas engarrafados ao lado dos ônibus desconfortáveis, lotados de trabalhadores das grandes periferias e dos subúrbios.

Aqui em Teresina, há muito tempo ouvimos falar em licitação para melhorar o transporte coletivo; Há muito tempo ouvimos falar em integração das linhas de ônibus; Há muito tempo ouvimos falar em melhores terminais de paradas de ônibus; Há muito! Entretanto, não há nada. Será que esse discurso também não é vandalismo institucionalizado, amparado por uma legislação que muito vezes prioriza os ricos em detrimento dos mínimos direitos dos pobres?

Essa massa humana de jovens estudantes, de futuros gestores da sociedade, cidadãos e cidadãs, que se manifestaram contra a arbitrariedade de um poder empresarial, apoiados por “políticos” desonestos, corruptos, que enganam, roubam e ainda pousam de pessoas honradas. Essa abandonada e excluída juventude, ainda tem que carregar as severas críticas e acusações dos chamados “Cães de Guardas” de um modelo Político e Econômico, que destrói vidas e aniquila os sonhos, em defesa dos lucros de gananciosos empresários!

Será que não é vandalismo, ou até mesmo bandidagem, termos que conviver diariamente com todo tipo de denúncias dos gestores públicos, nas instâncias do executivo, legislativo e judiciário? Só para ilustrar, cito alguns exemplos desse “Piauí, Terra Querida”. No executivo: das últimas eleições municipais, 48 prefeitos foram cassados por práticas de corrupção e apropriação indébita dos recursos públicos – e mais 100 estão sendo investigados –, inclusive recursos da merenda escolar, tirando o pão da boca das nossas crianças; No Legislativo: Para onde foi a investigação da Polícia Federal sobre a acusação da prática de corrupção na Assembléia Legislativa, envolvendo os deputados? No Judiciário: recentemente, o pedido de afastamento do Juiz da Comarca de Parnaíba, por envolvimento na soltura de bandidos. Essas autoridades deveriam ser modelos e referenciais de conduta ética para uma juventude tão carente de bons exemplos.

Portanto, antes de condenarmos a ação dos estudantes, é preciso que façamos uma reflexão mais apurada das verdadeiras causas e origens de tais comportamentos sociais. Da minha parte, sinto-me feliz e nutro a esperança de uma sociedade melhor ao contemplar o rosto indignado de uma juventude que demonstra coragem de lutar pelos seus direitos, pela justiça e pela igualdade. A SOCIEDADE NÃO AGUENTA MAIS ESSE DISCURSO DOS “CÃES DE GUARDA” DE UM MODELO POLÍTICO FALIDO.

Carlos Humberto Campos (Sociólogo; Vice-presidente da ASA BRASIL e assessor da Cáritas Brasileira Regional Piauí)