sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Encontro promove planejamento de ações para o semiárido piauiense
O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA), formado por 13 entidades da Sociedade Civil, promove Encontro Estadual de Planejamento. O evento acontece nos dias 02 e 03 de fevereiro, na sede da Obra Kolping Estadual do Piauí, localizada no bairro Dirceu.
Proporcionando momentos de vivência, partilha e construção coletiva da atuação das entidades no semiárido, o Encontro também tem o objetivo de fazer um balanço do trabalho desenvolvido em 2011, construir o planejamento das atividades para o ano de 2012, e de eleger a Coordenação Executiva do Fórum e os representantes do Piauí junto a Coordenação Executiva da Articulação no Semiárido (ASA), da qual o Fórum é representante estadual.
Para o Coordenador Executivo da ASA pelo Piauí, Carlos Humberto Campos, assessor da Cáritas Piauí, o Fórum tem boas perspectivas de trabalho para este ano, principalmente na consolidação de parcerias com o Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), para continuidade de programas importantes de construção de tecnologias sociais de captação e armazenamento de água para o consumo humano e produção de alimentos para famílias do semiárido como os programas P1MC - Um Milhão de Cisternas e P1+2 (Uma Terra e Duas Águas).
“Após um ano de implementação de obras hídricas, formações e capacitações de famílias do semiárido piauiense, tivemos momentos difíceis com a parceria do MDS, realizamos uma grande mobilização em dezembro de 2011, em Petrolina/PE, que resultou em um novo acordo de quatro meses, e estamos com boas perspectivas para este ano. A meta é garantir a construção de cerca de 6 mil cisternas de placas, além de 2 mil outras tecnologias alternativas como tanques de pedra e barragens, que irão beneficiar aproximadamente 6 mil famílias piauienses”, explica Carlos Humberto.
O Coordenador Executivo afirma também que, neste ano, o Fórum pretende dar continuidade ao debate sobre as conseqüências geradas pelos grandes projetos implantados no Piauí, como aqueles que beneficiam o agronegócio, a monocultura da soja e a instalação de grandes mineradoras. Uma discussão levantada pela Campanha em Defesa das Terras, das Águas e dos Povos do PI, lançada no dia 21 de novembro de 2011, e coordenada pelo Fórum, Movimento Quilombola, Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), Pastoral do Migrante e os movimentos de luta.
“Precisamos dar continuidade à Campanha, pois temos muitos agricultores e agricultoras em situação delicadas sem acesso a terra para moradia e produção de alimentos. Queremos promover novas mobilizações para chamar a atenção do poder público e dos órgãos competentes para que garantam os direitos das famílias atingidas por meio dessas ações. E o encontro vai promover também essas reflexões e vamos construir um plano de trabalho que cubra essas demandas no estado do PI”, acrescenta Carlos Humberto.
Durante o encontro, o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido também deverá estabelecer estratégias para mostrar a importância da construção das cisternas de placas e combater a construção das cisternas de plástico (polietileno), através do programa federal Água para Todos. Para Carlos Humberto, “essa é uma alternativa que vai contra a metodologia da ASA de capacitação e formação das famílias beneficiadas, pois as cisternas de plástico vêm prontas, custam mais caro e beneficiam grandes empresas, além de resgatar a indústria da Seca”, enfatiza.
Além das entidades que compõem o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido, devem participar do Encontro Estadual entidades parceiras como Conab, Semear e CEA.
Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido
No Piauí, a ASA é representada pelo Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido formado pelas seguintes entidades: Cáritas Brasileira Regional do Piauí, Cáritas Diocesana de São Raimundo Nonato, Centro Regional de Assessoria e Capacitação (Cerac), Centro Regional de Assessoria e Capacitação (Celta), Centro de Formação Mandacaru, Cootapi e Associados, Escola de Formação Paulo de Tarso, Obra Kolping, Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetag), Centro de Formação e Educação Ambiental Peixe que Ronca, CEFAS, Centro de Formação Educacional para a Convivência com o Semiárido (CEFESA) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) desenvolvendo ações que beneficiaram aproximadamente 50 mil famílias, através da construção de 40 mil cisternas de placas de água para beber de 16 mil litros (através do programa Um Milhão de Cisternas P1MC) e cerca de 10 mil tecnologias de produção como bomba d’Agua popular, tanque de pedra, barragem subterrânea e cisterna de 52 mil litros para a produção de alimentos (através do programa Uma Terra e Duas Águas - P1+2).
Programação do Encontro
02/02/12 – QUINTA-FEIRA:
- 09h00: Abertura, Mística e Espiritualidade, Programação e Grupos de trabalho;
- 10h15: Lanche;
- 10h30: MESA “Contextualizando nossa realidade” (Desafios e perspectivas para o FPCSA) com Exposição e debates;
- 12h30: Almoço
- 14h00: Apresentação do Quadro de Ações do FPCSA/ASA/PI realizadas em 2011;
- 15h00: Memória da Avaliação 2011;
- 16h00: Lanche
- 16h15: Definição dos Desafios, Perspectivas e das prioridades para 2012 - Trabalho em grupos;
-17h15: Plenária de apresentação dos desafios, perspectivas e prioridades 2012 Exposição e debates;
DIA 03/02/12 – SEXTA-FEIRA:
- 08h00: Momento de Mística e Espiritualidade;
- 08h30: Construção do Plano Operacional Anual PLANEJAMENTO/2012 DO FPCSA;
- 10h30: Apresentação, socialização e fechamento do Planejamento/12;
- 12h30: Avaliação e oração final do encontro;
Serviço:
Encontro Estadual de Planejamento do FPCSA
Data: 02 e 03 de março de 2012
Local: Obra Kolping Estadual do PI – Conj Dirceu Arcoverde II, 3978 – Teresina(PI)
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
O PODER PÚBLICO A SERVIÇO DE QUEM?
Carlos Humberto Campos*
Os acontecimentos dos últimos dias, início do ano de 2012, em Teresina, relacionados à questão do transporte coletivo, revelam uma gestão pública, um modelo de governo municipal que não é compatível com a realidade da sociedade teresinense. Demonstram um despreparo total dos órgãos públicos para resolver os graves problemas e as sérias dificuldades oriundas das camadas mais empobrecidas de Teresina. Ao conceder o aumento das passagens e implantar o atual modelo de INTEGRAÇÃO DOS ÔNIBUS, o poder executivo municipal, a prefeitura de Teresina, demonstrou, mais uma vez, descompromisso e desrespeito com a população que necessita do transporte coletivo para se locomover. Essa decisão da prefeitura se configura numa grande farsa, para mais uma vez beneficiar os empresários dos transportes coletivos, que historicamente tem dominado os poderes públicos, tanto o executivo quanto legislativo municipal. Vejam só, por que o cartão de acesso à INTEGRAÇÃO DOS ÔNIBUS é da CREDISHOP, uma empresa do grupo Claudino, do senador João Vicente Claudino do PTB, cujo prefeito de Teresina é do mesmo partido? E por que essa empresa ganhou esse serviço sem licitação pública?
Chamo atenção também para a conivência e omissão do poder legislativo municipal. Qual a participação efetiva dos vereadores no processo de melhoria da qualidade de vida da população de Teresina? Gasta-se fortunas dos recursos públicos com os 22 vereadores e a final de contas quais os resultados? Os vereadores são eleitos e pagos pela população para prestarem serviços em nome da coletividade. Para fiscalizarem o executivo; para elaborarem leis e projetos visando à melhoria de vida da população e da cidade e não usurparem o mandato para fazerem conchavos políticos e acordos de gabinetes na garantia de interesses pessoais e de grupos apaziguados. Prática política da maioria dos vereadores de Teresina e também da maioria dos deputados a nível estadual.
Temos ouvido e assistido constantemente nos meios de comunicação social, um discurso conservador dos “Aparelhos Ideológicos do Estado”, que devemos resguardar o “ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO"; que condenam a violência; que é necessário agir com dureza contra os manifestantes; que a manifestação tem que ser pacífica; que a polícia precisa garantir a ordem e a paz pública... QUE ORDEM? QUE PAZ? QUE DIREITO? Não se pode ter ordem e paz pública quando os direitos das pessoas são negados e desrespeitados pelas autoridades competentes. “Juram que não; Torturam ninguém; Agem assim; Pro seu próprio bem; Oh!...São tão legais; Foras da lei; Sabem de tudo; O que eu não sei; Não!...Nesse mundo assim; Vendo esse filme passar; Assistindo ao fim; Vendo o meu tempo passar; Hey!...”(Alvorada Voraz/música e letra/RPM).
O poder dominante, político e econômico, impuseram uma “paz” disfarçada, que segundo sua lógica basta a ausência da violência para que tenhamos paz. Mesmo que a sociedade seja dominada, explorada, excluída, sem saúde, sem educação, sem transporte, sem salário digno, sem moradia, sem direito de participar e exigir seus direitos. Mesmo que reine a injustiça, a arrogância, a prepotência dos ricos e daqueles que são eleitos, que se aliam a estes, para tramarem contra os direitos do povo. O Estado Democrático de Direito e a sociedade como um todo, não podem aceitar e ser indiferente, que estudantes, cidadãos e cidadãs sejam presos e levados para casa de custódia ou penitenciária, por lutarem por seus direitos. Isso é um atentado contra a liberdade de expressão, contra os direitos humanos e contra a Democracia.
As manifestações dos estudantes de Teresina, nos últimos dias, contra os abusos dos poderes públicos e privados, entram para a história do Piauí e do Brasil, como um gesto concreto de luta do povo pelos seus direitos, revelando um sentimento de que, mesmo sendo negados os direitos da sociedade civil, dos movimentos sociais, neutralizados, dominados e oprimidos nos últimos tempos, nunca abrirão mão dos seus direitos. O Piauí e nossa querida Teresina, não são terras sem vida, sem cidadania e sem direitos. Aqui, existem pessoas de direitos e exigem serem respeitadas com toda dignidade.
O povo teresinense não aceita mais o péssimo serviço dos transportes públicos, não aceita mais ser colocado à margem das decisões políticas, excluída das políticas públicas. Somos mulheres cidadãs, homens cidadãos, jovens cidadãos e somos responsáveis por nós mesmos e pelos nossos destinos e queremos de mãos dadas com todas as forças vivas da sociedade, construir uma Teresina ética, de direitos e humanitária. Somos gente grande e queremos ser tratados como gente grande. ABAIXO OS ACORDOS ENTRE OS GESTORES PÚBLICOS E OS EMPRESÁRIOS! VIVA A MANIFESTAÇÃO DOS ESTUDANTES!
(* Sociólogo, assessor da Cáritas Brasileira Regional Piauí)
Os acontecimentos dos últimos dias, início do ano de 2012, em Teresina, relacionados à questão do transporte coletivo, revelam uma gestão pública, um modelo de governo municipal que não é compatível com a realidade da sociedade teresinense. Demonstram um despreparo total dos órgãos públicos para resolver os graves problemas e as sérias dificuldades oriundas das camadas mais empobrecidas de Teresina. Ao conceder o aumento das passagens e implantar o atual modelo de INTEGRAÇÃO DOS ÔNIBUS, o poder executivo municipal, a prefeitura de Teresina, demonstrou, mais uma vez, descompromisso e desrespeito com a população que necessita do transporte coletivo para se locomover. Essa decisão da prefeitura se configura numa grande farsa, para mais uma vez beneficiar os empresários dos transportes coletivos, que historicamente tem dominado os poderes públicos, tanto o executivo quanto legislativo municipal. Vejam só, por que o cartão de acesso à INTEGRAÇÃO DOS ÔNIBUS é da CREDISHOP, uma empresa do grupo Claudino, do senador João Vicente Claudino do PTB, cujo prefeito de Teresina é do mesmo partido? E por que essa empresa ganhou esse serviço sem licitação pública?
Chamo atenção também para a conivência e omissão do poder legislativo municipal. Qual a participação efetiva dos vereadores no processo de melhoria da qualidade de vida da população de Teresina? Gasta-se fortunas dos recursos públicos com os 22 vereadores e a final de contas quais os resultados? Os vereadores são eleitos e pagos pela população para prestarem serviços em nome da coletividade. Para fiscalizarem o executivo; para elaborarem leis e projetos visando à melhoria de vida da população e da cidade e não usurparem o mandato para fazerem conchavos políticos e acordos de gabinetes na garantia de interesses pessoais e de grupos apaziguados. Prática política da maioria dos vereadores de Teresina e também da maioria dos deputados a nível estadual.
Temos ouvido e assistido constantemente nos meios de comunicação social, um discurso conservador dos “Aparelhos Ideológicos do Estado”, que devemos resguardar o “ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO"; que condenam a violência; que é necessário agir com dureza contra os manifestantes; que a manifestação tem que ser pacífica; que a polícia precisa garantir a ordem e a paz pública... QUE ORDEM? QUE PAZ? QUE DIREITO? Não se pode ter ordem e paz pública quando os direitos das pessoas são negados e desrespeitados pelas autoridades competentes. “Juram que não; Torturam ninguém; Agem assim; Pro seu próprio bem; Oh!...São tão legais; Foras da lei; Sabem de tudo; O que eu não sei; Não!...Nesse mundo assim; Vendo esse filme passar; Assistindo ao fim; Vendo o meu tempo passar; Hey!...”(Alvorada Voraz/música e letra/RPM).
O poder dominante, político e econômico, impuseram uma “paz” disfarçada, que segundo sua lógica basta a ausência da violência para que tenhamos paz. Mesmo que a sociedade seja dominada, explorada, excluída, sem saúde, sem educação, sem transporte, sem salário digno, sem moradia, sem direito de participar e exigir seus direitos. Mesmo que reine a injustiça, a arrogância, a prepotência dos ricos e daqueles que são eleitos, que se aliam a estes, para tramarem contra os direitos do povo. O Estado Democrático de Direito e a sociedade como um todo, não podem aceitar e ser indiferente, que estudantes, cidadãos e cidadãs sejam presos e levados para casa de custódia ou penitenciária, por lutarem por seus direitos. Isso é um atentado contra a liberdade de expressão, contra os direitos humanos e contra a Democracia.
As manifestações dos estudantes de Teresina, nos últimos dias, contra os abusos dos poderes públicos e privados, entram para a história do Piauí e do Brasil, como um gesto concreto de luta do povo pelos seus direitos, revelando um sentimento de que, mesmo sendo negados os direitos da sociedade civil, dos movimentos sociais, neutralizados, dominados e oprimidos nos últimos tempos, nunca abrirão mão dos seus direitos. O Piauí e nossa querida Teresina, não são terras sem vida, sem cidadania e sem direitos. Aqui, existem pessoas de direitos e exigem serem respeitadas com toda dignidade.
O povo teresinense não aceita mais o péssimo serviço dos transportes públicos, não aceita mais ser colocado à margem das decisões políticas, excluída das políticas públicas. Somos mulheres cidadãs, homens cidadãos, jovens cidadãos e somos responsáveis por nós mesmos e pelos nossos destinos e queremos de mãos dadas com todas as forças vivas da sociedade, construir uma Teresina ética, de direitos e humanitária. Somos gente grande e queremos ser tratados como gente grande. ABAIXO OS ACORDOS ENTRE OS GESTORES PÚBLICOS E OS EMPRESÁRIOS! VIVA A MANIFESTAÇÃO DOS ESTUDANTES!
(* Sociólogo, assessor da Cáritas Brasileira Regional Piauí)
Parceria entre Cáritas e Comitê Betinho possibilita a construção de cisternas no Piauí
Mais uma parceria entre federações e comitês solidários irá beneficiar 21 famílias piauienses com a construção de cisternas de 16 mil litros de água da chuva para beber e uso doméstico nos municípios de Sigefredo Pacheco (13 famílias) e Teresina, na comunidade Rural Serra do Gavião (08 famílias).
Os recursos para a construção das cisternas foram arrecadados através de campanhas do Comitê Betinho do Banco Santander junto a Fenae – Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, APCEF/São Paulo - Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal, o Comitê Verbo Divino do Banco do Brasil, a Cáritas Brasileira Regional do Piauí e as famílias Vera Barbosa e Meriy Haruyo Minematsu, no valor total de R$ 32.257,00, sendo o custo unitário da cisterna de aproximadamente R$1.600,00.
Além do reservatório, está previsto a realização de curso de capacitação em Gestão de Recursos Hídricos, que ensinará as famílias o cuidado com a água da cisterna para mantê-la sempre potável e a não desperdiçar para que dure durante todo o período de estiagem.
“Na perspectiva de acesso à água de qualidade, vamos rompendo barreiras e fortalecendo parcerias e o Comitê Betinho chegou para contribuir para levar o acesso à água de qualidade às famílias piauienses que estão localizadas ou não na região semiárida, um trabalho que fortalece a entidade e o Comitê, contribuindo assim, para o desenvolvimento das famílias de comunidades piauienses”, ressalta Hortência Mendes, Secretária Regional da Cáritas Piauí.
Para a escolha das famílias que serão beneficiadas, que tem em média 05 (cinco) integrantes, a comissão gestora levou em consideração critérios como: casas com pessoas idosas, com mais crianças, chefiada por mulheres, dificuldade de acesso à água potável.
Bons resultados no trabalho de parceria
Em 2011, o Comitê Betinho ajudou a Cáritas a beneficiar diretamente 21 famílias piauienses com água de qualidade para beber e cozinhar, atendendo a 205 pessoas, uma ação solidária de construção de cisternas (tanque abaixo do nível do solo que acumula 16 mil litros de água da chuva para beber e para uso doméstico).
Para João Evangelista, Assessor Técnico do projeto, essas parcerias estão mais consolidadas e acontecem em nível nacional e local, sempre mais beneficiando as famílias do Estado, “pois a meta é atender a 100 famílias, com recursos sendo repassados a cada nova doação”, explica.
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