segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Resgate histórico e debates no primeiro dia de encontro de comunicadores pelo semiárido


No primeiro dia do encontro foi realizando um resgate de fatos históricos relevantes ligados a região semiárida e a nível nacional até a criação da Asa Brasil.

Comunicadores de diferentes estados do Nordeste se reúnem no Encontro Nacional de Comunicação por uma Vida Digna no Semiárido com o objetivo de celebrar, conhecer e aperfeiçoar suas experiências de comunicação popular. O encontro começou nesta quarta e acontece até sexta (03/12) em Recife no Hotel Campestre de Aldeia, em Camaragibe.

Do Piauí participam sete pessoas de organizações civis que trabalham no estado programas de convivência com o semiárido e integram a Articulação no Semiárido Brasileiro - Asa Brasil.

No primeiro dia do encontro foi realizando um resgate de fatos históricos relevantes ligados a região semiárida e a nível nacional até a criação da Asa Brasil e a partir dela. Outro ponto discutido neste debate foi papel da comunicação e suas estratégias que visam dá visibilidade as ações da Articulação.

Para a comunicadora popular da Caritas Regional do Piauí, Mariana Gonçalves, o encontro é uma oportunidade de trocar experiências e refletir sobre como estamos trabalhando, identificando as dificuldades e procurando as soluções em conjunto "através das apresentações das diferentes experiências de comunicação em rede apresentadas podemos fazer comparações e trocar informações que podem melhorar nosso trabalho no estado", explica.

Quatro eixos temáticos nortearam os trabalhos - Comunicação Alternativa, Comunicação em rede, Comunicação para visibilidade, Sistematização de experiências. Durante o Dia de hoje e amanhã esses temas estarão pautados nos debates e nos trabalhos de grupo.

O Encontro Nacional de Comunicação pelo Semiárido reúne comunicadores dos nove estados do Nordeste: Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão e Minas Gerais. O encontro começou na tarde da quarta feira (01/12) e acontece até sexta (04/12).

Paula Andreas - comunicadora popular CERAC/ FPCSA/ ASA Brasil

Um olhar sobre o semiárido piauiense na conjuntura atual é tema de Encontro Estadual no Piauí


O encontro trouxe para debate as conquistas e também os desafios na busca de projetos e políticas públicas para o semiárido piauiense.

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semi-árido (FPCSA) realizou nos dias 26 e 27 de novembro seu Encontro Estadual. O evento teve como tema "Um olhar sobre o semiárido piauiense na conjuntura atual" e trouxe para debate as conquistas e também os desafios na busca de projetos e políticas públicas para o semiárido piauiense.

Na manhã do primeiro dia de encontro foi feito uma apresentação sobre a trajetória do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido nesses 10 anos de atuação. Carlos Humberto, Coordenador Executivo do FPCSA, em sua apresentação fez um diagnóstico sobre as ações desenvolvidas. Em seu discurso o coordenador explicou que o semiárido piauiense é uma região de muitos contrastes que, mesmo com potencialidades econômicas, sociais e culturais, historicamente, não consegue superar a injustiça social e os seus péssimos indicadores sociais e nem garantir seu desenvolvimento econômico.

De acordo com Carlos Humberto, existe uma certa ausência de políticas publicas para a superação da pobreza no Piauí, "na forma de intervenção do poder público, grande parte das políticas públicas são excludentes, inapropriadas, emergenciais,fragmentadas e descontinuas", afirma.

Dando continuidade aos trabalhos foi realizado um debate sobre políticas públicas e projetos desenvolvidos na região semiárida com a participação de Lucia Araújo da Coordenadoria de Convivência com o semiárido do Governo do Estado (Casa do Semiárido), Alysson Sila da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Antônio José da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado do Piauí (FETAG-PI), Chiquinho da Coordenação de combate a pobreza estadual (PCPR), além das entidades que formam o Fórum e agricultores e agricultoras do Piauí.

No encontro também foi feita uma proposta metodológica para a construção do planejamento estratégico de ação do FPCSA para 2011. Foram discutidas estratégias de comunicação, articulação interna e um diagnóstico dos desafios enfrentados ao longo desses dez anos. A Educação Contextualizada, o combate a desertificação e o acesso a terra também foram temas discutido no encontro.

Fez parte da Programação do encontro a apresentação do Livro "Semiárido Piauiense: Educação e Contexto", produzido através de uma parceria entre Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab-PI) e Instituto Nacional do Semiárido (Insa). O livro é uma coletânea de textos e artigos, produzidos pelos participantes de uma pós-graduação realizada no Território Serra da Capivara.

Todas as entidades presentes receberam um exemplar das mãos do Professor Elmo Lima que em seu discurso destacou a Educação para convivência com o semiárido como uma forma de ampliar as capacidades educacionais, valorizando as culturas tradicionais, gerando e difundido as informações e formando cidadão críticos.

No final do encontro foram formados grupos de trabalhos para discussão e execução das propostas que darão maior proporção e visibilidade às ações do Fórum. Neste encontro também foram apresentadas as entidades CEFAS – Centro Educacional São Francisco de Assis e o CEFESA – Centro de Formação Educacional de Convivência com o Semiárido que também farão parte das entidades piauiense que formam o Fórum.

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semi-árido é uma Articulação da Organização da Sociedade Civil que atua em prol do desenvolvimento social, econômico, político e cultural do semiarido piauiense. o Fórum é a instancia Estadual da Articulação no Semi-árido Brasileiro (ASA BRASIL) e trabalha para uma mudança de concepção do semiárido como região impossível de se viver e também do falso "combate a seca" causador da dependência e passividade política.

Paula Andreas - comunicadora popular CERAC/ FPCSA/ ASA Brasil

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Evento discute Plano Estratégico de Convivência com o Semiárido

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA) irá realizar nesta sexta-feira e sábado, 26 e 27 de novembro, o seu Encontro Estadual. O evento, que tem como tema “Um Novo Olhar sobre o Semiárido na Conjuntura Atual” terá início às 8h e acontecerá na Obra Kolping Estadual do Piauí.

Durante o evento acontecerá uma mesa redonda para debater o tema, partilha dos resultados de ações que já estão sendo feitas para convivência com o semiárido, avaliações e apresentação das novas entidades que irão compor a articulação. Além disso, as instituições de todo o estado apresentarão produtos típicos das regiões para degustação dos participantes.

Segundo Carlos Humberto Campos, Coordenador Executivo do FPCSA, será iniciada a construção do Plano Estratégico de Convivência com o Semiárido de iniciativa da sociedade civil. “A construção do plano estratégico significa a organização das atividades tendo em vista a melhoria dos resultados. Vamos fazer uma leitura da realidade e detectar as dificuldades limites e potencialidades do semiárido piauiense”.

De acordo com o Coordenador Executivo, a construção desse plano ajudará a definir o planejamento de ações para a convivência com o semiárido para 2011. “Esse planejamento tem como objetivo trazer novas perspectivas e atender com mais eficácia as demandas das famílias que moram no semiárido”.

Além dos técnicos das instituições da sociedade civil que compõem o FPCSA, estarão presentes no Encontro, representantes das Comissões Municipais e das famílias beneficiadas com as ações de convivência. “A participação da sociedade, com seus diversos sujeitos, amplia a possibilidade de um planejamento realmente atender as reais necessidades dos grupos. E o Planejamento estratégico tem esse caráter de nascer com o olhar da sociedade civil”.

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido

O FPCSA é a representação estadual da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil). A ASA Brasil é uma articulação que reúne cerca de 2 mil organizações sem fins lucrativos que trabalham com alternativas de convivência com a região. A convivência é feita através de tecnologias de armazenamento da água da chuva que tem garantido água para os diversos usos e processos educativos através da Educação Contextualizada.

No semiárido piauiense já são cerca de 26 mil cisternas caseiras construídas nas residências das famílias agricultoras, abrangendo todos os municípios que compõem o semiárido do estado. Além dessas, 600 famílias já possuem cisternas adaptadas para a roça, a qual possibilita o armazenamento de água para a produção de hortaliças, garantindo a segurança alimentar.

“Somando todos os implementos, as ações da ASA Brasil já possibilitou acesso à água de qualidade para 136 mil pessoas somente no Piauí. A satisfação das famílias é a prova que iniciativas como essas devem ser apoiadas e financiadas para que se tenha vida digna na região semiárida”, explica Carlos Humberto.

Piauí garante representação na ASA Brasil

No período de 17 a 19 de novembro os representantes estaduais de todo os estados que compõem o semiárido brasileiro se reuniram para eleger a Diretoria Executiva da ASA Brasil para o período de 2011/2012. A Diretoria Executiva é formada por cinco coordenadores executivos estaduais indicados na Assembleia Geral Ordinária que acontece a cada dois anos.

Na assembleia deste ano o Piauí conseguiu garantir assento na diretoria com a indicação de Carlos Humberto Campos para a vice-presidência. O piauiense é assessor da Cáritas Brasileira Regional do Piauí e já está no seu segundo mandato como Coordenador Executivo da ASA Piauí.
“Essa indicação reflete nossa dedicação e compromisso de responder a articulação no semiárido com maior participação e organização dos trabalhos e produzir com qualidade os nossos produtos tanto na construção das alternativas, na comunicação e na educação”, ressalta.

Programação

26 de novembro
8h – Mesa Redonda: Um olhar do semiárido na conjuntura atual
10h30 – Debate: Moderação – Carlos Humberto Campos (Coordenador Estadual da ASA Brasil)
11h – Degustação de Produtos Típicos das Microrregiões
11h30 – Partilhas dos Programas da ASA Brasil no Estado
- Ações desenvolvidas
- Desafios e Avanços
- Proposições
13h – Almoço
14h30 – Prioridades para 2011
17h30 – Informes, Comunicados e apresentação das novas entidades
19h30 – Jantar de Confrater-nização

27 de novembro
8h30 – Construção do Plano Estratégico de Convivência com o Semiárido
12h – Encaminhamentos e avaliação
13h – Almoço

Radialistas do Piauí participam de Oficina com a temática Semiárido


Foi realizado nos últimos dias 17, 18 e 19 de novembro em Picos, sul do Piauí, a oficina estadual de Radialistas pelo Semiárido. O encontro, que tinha como objetivo sensibilizar radialistas para a importância da comunicação na divulgação de ações de convivência com o Semiárido, também foi uma oportunidade de aproximá-los dos comunicadores (as) popular da Articulação no Semiárido Brasileiro Asa- Brasil para ampliar as ações de comunicação no Estado.

O evento reuniu jornalistas, locutores(as), operadores de áudio e assessores(as) de Instituições que trabalham práticas e alternativas de convivência com o semiárido. Em um espaço de debates e reflexões sobre o papel e importância dos comunicadores na divulgação dos programas de convivência com a região semiárida, os participantes conheceram algumas experiências que vem dando certo na região sul do Piauí, iniciativas que mudam a vida das famílias de comunidades inteiras.

Uma das experiências visitadas foi a horta orgânica de Seu Antonio Neto que, junto com mais 30 famílias na localidade Fraga no município de Pe. Marcos, produzem hortaliças orgânicas e toda a produção é vendida de forma direta para consumidores das cidades de Alegrete, Marcolândia e Pe. Marcos.

O grupo também conheceu a criação de ovinos e caprinos do jovem Josivaldo Macedo, na localidade Mucambo, também no município de Pe. Marcos. O jovem vem dando prosseguimento aos trabalhos dos pais Geraldo Macedo e D. Lidia Maria e, através de capacitações, ele melhora e aumenta a criação da família, um exemplo de jovem empreendedor que encontrou no sertão do Piauí as oportunidades que muitos jovens buscam em outros Estados.

Outra experiência com horta orgânica visitada pelos participantes da oficina foi a da família de Dona Isabel e Seu Dorval na localidade Várzea do Engano no município de Sussuapara. A família cultiva hortaliças orgânicas com produção suficiente para assegurar o sustento da família.

Nas visitas foram coletadas entrevistas e informações para a produção de programas radiofônicos, que serão unidos aos programas produzidos em outros estados, para a produção de material para divulgação. A oficina de radialistas foi promovida Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido sob a coordenação da Articulação do Semiárido Brasileiro - ASA Brasil. Essas oficinas estão acontecendo em outros estados onde a ASA atua.

Paula Andéas - Comunicadora Popular CERAC/FPCSA/ASA Brasil

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cáritas realiza seminário para discutir solidariedade

A Cáritas Brasileira Regional do Piauí irá realizar na manhã desta sexta-feira (12), um Seminário para discutir a Solidariedade e as Mudanças Climáticas do Planeta. A discussão será feita pelo Assessor do Secretariado Nacional da Cáritas Brasileira, Luís Cláudio ‘Mandela’, e acontecerá a partir das 9h no auditório do Centro Pastoral VI.

Está prevista também na programação do seminário uma apresentação do Vigário Geral de Teresina, Padre Tony Batista, sobre o Ano da Caridade que será celebrado no ano que vem pela Arquidiocese de Teresina.

Segundo Hortência Mendes, secretária regional da Cáritas Brasileira, o evento reunirá as comunidades de Teresina e do interior que são atendidas pelos planos de emergência da Cáritas para debater o tema. “O tema deste ano da Semana da Solidariedade busca trazer uma reflexão sobre o nosso olhar principalmente frente às mudanças climáticas e as conseqüências dessas para as populações mais vulneráveis, que sofrem mais com as enchentes, terremotos e outras catástrofes que acontecem pelo mundo”, explica.

A Semana da Solidariedade é celebrada todos os anos pela Cáritas Brasileira no período de 05 a 12 de novembro. São diferentes iniciativas que acontecem em todo o país a partir das comunidades, paróquias, dioceses e regionais. Com o tema "Solidariedade: qual o nosso olhar?", a Cáritas convida todas as pessoas a voltar o olhar sobre quem somos e reafirmarmos nossa identidade como parte da construção de uma sociedade justa, igualitária e plural.

As questões climáticas e a vida no planeta

Nas ultimas décadas, cresceu na sociedade a consciência sobre a situação do meio ambiente e a ameaça à vida no planta. Apesar de ser algo perceptível em todos os países, existe um fosso profundo entre as questões ambientais e o modelo de desenvolvimento em vigor no mundo.

Segundo Carlos Humberto Campos, sociólogo da Cáritas, essa discussão se faz necessária para avaliarmos os caminhos de desenvolvimento que escolhemos, o qual possibilitou uma vida confortável para boa parte da população, mas requer que seja amplamente repensado. O desafio hoje é vivenciar uma nova construção de Vida. “Essa nova vida exige um modelo de desenvolvimento que denominamos de Solidariedade e Sustentabilidade. Essa construção implica em profundas mudanças de atitudes – pessoais e coletivas – sobretudo na maneira de se relacionar com as pessoas, a natureza e o mercado de consumo”, explica.

De acordo com o sociólogo, toda essa modificação do espaço natural através de atividades não sustentáveis gera um desequilíbrio ecológico que leva à modificação do clima. “Por isso, é imprescindível que repensemos nossos modos de produção e consumo, pois não dispomos de um Planeta B”, ressalta. P o sociólogo, o rumo a ser tomado de agora em diante é a busca de um modelo que seja próximo ao modo de vida das populações tradicionais.

“As populações tradicionais têm mostrado uma visão alternativa de sociedade que busca construir um modelo de vida que tenha como base a solidariedade para o desenvolvimento sustentável. Tudo isso, porem, está relacionado com um compromisso ético-político que contribui para a inclusão de todas as pessoas indistintamente, a uma visão de mundo que rompe com a concepção utilitarista de meio ambiente e que expressa um novo conceito de relação de poder capaz de superar todas as desigualdades e destruição da vida”, finaliza.

Programação:
12 de novembro 2010
07h – Missa comemorativa dos 54 anos da Cáritas Brasileira e café da manhã comunitário
09h – Seminário:
• Solidariedade e Mudanças Climáticas – Luís Cláudio ‘Mandela’, secretariado nacional da Cáritas
• Ano da Caridade – Padre Tony Batista, Vigário Geral da Arquidiocese de Teresina

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Oficina para radialistas debate convivência com o semiárido no Piauí


A Articulação no Semiárido Brasileiro, Asa Brasil, vai realizar nos dias 17 a 19 de novembro, em Picos, a Oficina Estadual de Radialistas pelo Semiárido. O objetivo da oficina é sensibilizar os radialistas para a importância da comunicação na divulgação de ações de convivência com o Semiárido. Será uma oportunidade também de aproximar comunicadores(as) populares ligados às organizações da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) e radialistas que trabalham na região semiárida piauiense.

A oficina terá um público de 25 pessoas, entre comunicadores populares, pessoas que trabalham com a comunicação nas entidades que desenvolvem o Programa Um Milhão de Cisternas Rurais, radialistas que atuam na região semiárida e membros da Assessoria de Comunicação da Asa Brasil (Asacom).

Na oportunidade haverá uma apresentação da ASA com breve explanação do que é a Articulação e do trabalho que vem sendo feito no Semiárido. Os participantes conhecerão também o trabalho da AsaCom e sua estratégia de comunicação.

Visitas para conhecer experiência de convivência com o semiárido serão realizadas, elas serão a base para o desenvolvimento dos trabalhos. Os participantes vão praticar roteiros para rádios, elaborar peças radiofônicas, como spots, programetes ou radionovelas, com a temática voltada ao que viram nas propriedades visitadas.

A oficina está sendo promovida pela ASA, em parceria com a Cáritas Regional do Piauí. Esta atividade,faz parte de um conjunto de seis oficinas que serão também realizadas nos estados da Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Alagoas. Essas oficinas estão previstas dentro do projeto entre a ASA e a Cooperação Espanhola.

Programação:

17 de novembro

8h - Acolhida e apresentação dos participantes
Apresentação da oficina
Debate: Convivência com o Semiárido
12h - Intervalo almoço
14h - Continuação do debate sobre Convivência com o Semiárido
Preparação das visitas
Preparação de entrevistas e roteiros
18h - Jantar
19h - Cinema com pipoca e roda de diálogos

18 de novembro

6h30 - Saída para as visitas
11h - Retorno
12h - Almoço
14h - Produção e gravação dos materiais radiofônico
19h - Jantar com noite cultural

19 de novembro

8h - Apresentação das peças
Debate sobre Radio e Convivência com o Semiárido
12h - Almoço
14h - Avaliação e encerramento

Paula Andréas, comunicadora popular CERAC/ FPCSA/ ASA Brasil

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Diocese de Picos aborda Segurança no Trânsito na Semana da Solidariedade 2010


A Cáritas Brasileira empreende de 5 a 12 de novembro ações voltadas para a Semana da Solidariedade, onde através de iniciativas que se materializam nas comunidades, paróquias, dioceses e regionais reafirma o seu interesse na construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural.

O objetivo da semana é estimular a sociedade para uma cultura solidária, levando em conta a marca de dom Hélder Câmara, com a orientação sobre "SOLIDARIEDADE: Qual o nosso olhar?".

No âmbito nacional, a campanha será voltada para a questão das mudanças climáticas. A Cáritas Diocesana de Picos, tendo em vista as necessidades locais, reuniu seus esforços para falar sobre o Trânsito, propondo refletir sobre esta realidade, discutir soluções e cultivar boas iniciativas que gerem solidariedade, respeito à sinalização, às leis de trânsito e a principalmente respeito à fragilidade da própria vida.

Estatísticas revelam a violência no trânsito a partir de dados obtidos pelo Hospital Regional Justino Luz, que atende vítimas de Picos e da macrorregião, bem como do SAMU, que é acionado para o salvamento de vítimas com vida em acidentes ocorridos na cidade.

Entre março e agosto deste ano o HRJL realizou o atendimento de 1.245 vítimas de acidente, destes, 194 sofreram politraumatismo, incluindo 16 mortes. 218 sofreram fraturas, 433 passaram pelo procedimento de sutura e 400 tiveram escoriações.

Dados do SAMU também denotam esta realidade, entre julho de 2006 e setembro deste ano, 1.830 vítimas foram atendidas por acidente de moto, 285 por acidentes de carro, que totaliza 2.115 atendimentos por acidente no trânsito, incluindo 243 óbitos.

Acima de estatísticas e números, são vidas que se perdem causadas por algum tipo de imprudência, seja o abuso na velocidade, muitas vezes combinado com álcool, o desrespeito às leis e sinalização, ou até mesmo a falta de sinais que informem os perigos da estrada. Além das vítimas que causam os próprios acidentes, existem também aquelas que sofrem com a imprudência dos outros condutores.

Motivada por essas e outras situações, a Cáritas Diocesana de Picos vivência esta semana refletindo, "Solidariedade no Trânsito: Qual o nosso olhar?" E convida toda comunidade, condutores, pedestres, famílias que já perderam pessoas vítimas de acidente, meios de comunicação e autoridades, para juntos efetivarem ações no sentido de melhorar o trânsito e preservar a vida.

Confira a programação abaixo:

05/11 - Sexta-Feira
06h00 Missa de abertura na Igreja Sagrado Coração de Jesus
08h00 Distribuição de folders em Picos e demais municípios da Diocese
12h00 Entrevista na TV Picos
18h00 Visita às Universidades UFPI e UESPI

06/11- Sábado
12h00 Debate sobre o trânsito em Picos na Rádio Cidade Modelo FM, com a Cáritas e instituições responsáveis.
19h00 Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vítimas no trânsito - Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Bairro Ipueiras (Próximo ao SAMU)

07/11- Domingo
07h00 Participação no Programa Vida Missionária na Rádio Educativa de Picos, Cultura FM.
16h00 Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vítimas do trânsito na Igreja São João Batista - Conjunto Petrônio Portela - COHAB.

08/11 - Segunda-Feira
08h00 Visita às escolas públicas de Picos
10h00 Mesa Redonda "Humanização do Trânsito: Qual o nosso olhar?" com autoridades do trânsito e Ministério Público na Rádio Educativa de Picos Cultura FM.
16h00 Visita à Faculdade R.SÁ e IFPI

09/11 - Terça-Feira
08h00 Visita às escolas particulares de Picos
12h00 Entrevista na Rádio Difusora AM
19h30 Encontro com as famílias e condutores de veículos sobre vítimas no trânsito no Salão Paroquial da Catedral de Picos.

10/11 - Quarta-Feira
06h30 Reprise da entrevista na Radio Difusora AM na Rádio Liderança FM
12h00 Entrevista na Rádio Nordeste AM

11/11 - Quinta-Feira
19h00 Palestra em parceria com o Detran-PI sobre orientações no trânsito - Igreja São Francisco de Assis - Bairro Junco

12/12- Sexta-Feira
06h00 Missa na Rádio Educativa de Picos Cultura FM
18h00 Carreata e Caminhada saindo da Praça Dr. Antenor Neiva (em frente ao Hospital Regional) com destino à Catedral Nossa Senhora dos Remédios, encerrando com Missa e Bênção dos veículos.

Lana Krisna - Pascom - Diocese de Picos

Semana da Solidariedade inicia com atividade em escola da rede pública


A Cáritas Brasileira Regional do Piauí promoverá uma atividade de conscientização ambiental na manhã desta sexta-feira (05) para os alunos da Escola Municipal Roberto Cerqueira Dantas, no bairro Monte Verde. A atividade que acontecerá a partir das 10h, dá início à Semana da Solidariedade, promovida todos os anos pela Cáritas Brasileira.

As atividades acontecerão a partir de teatro de bonecos e brincadeiras, e finalizará com uma ação de reflorestamento ao redor da escola. Será disponibilizada uma muda para cada turma, a qual deverá eleger o guardião da árvore e cuidar dela durante todo o ano.

Todos os anos, a Cáritas Brasileira dedica uma semana no mês de Novembro para o diálogo acerca da Solidariedade. De 05 a 12 de novembro diferentes iniciativas que acontecem em todo o país a partir das comunidades, paróquias, dioceses e regionais. Com o tema “Solidariedade: qual o nosso olhar?”, a Cáritas convida a todas as pessoas a voltar o olhar sobre quem somos e reafirmarmos nossa identidade como parte da construção de uma sociedade justa, igualitária e plural.

“Entrando já em diálogo com a Campanha da Fraternidade de 2011 que tem como tema meio ambiente, a Semana da Solidariedade incentiva a reflexão a partir das alterações climáticas e da vida no planeta. A proposta é fazer essa reflexão voltada para os efeitos nas comunidades mais vulneráveis, as quais sofrem mais quando ocorrem catástrofes naturais”, explica Hortência Mendes, Secretária Regional da Cáritas.

Programação Estadual:

Teresina:
05/11 – 10h às 12h – Atividades de conscientização ambiental na escola municipal Roberto Cerqueira Dantas no Bairro Monte Verde. Finaliza com uma ação de reflorestamento com os alunos.
06/11 – 07h às 12h – Visita missionária com o voluntariado na comunidade Pulsazeiro, município de Nazária. Atividades: agroecologia, preparo da terra, plantio e almoço comunitário.
12/11 – 07h – Missa em ação de Graças na Igreja do Centro Pastoral Paulo VI.
8h30 – Café da manhã comunitário.
9h – Seminário:
- Solidariedade e Mudanças Climáticas: causas, efeitos e como enfrentar os problemas – Luís Claudio “Mandela” – Secretariado Nacional da Cáritas Brasileira
- Ano da Caridade – Padre Tony Batista – Vigário Geral da Arquidiocese de Teresina

Campo Maior:
12/11 - Manhã: Celebração Eucarística na Assembleía Diocesana de Pastoral.
12 e 13/11 - noite - Feira de Produtos da Economia popular Solidária.

Bom Jesus
Durante a semana de 05 a 12/11 - Palestras nas escolas públicas sobre Meio Ambiente e Solidariedade.

Parnaíba – Durante todo o mês de novembro - Oficina de Rádio e Encontro sobre Solidariedade.

Floriano:
04 e 05/11 - Encontro dos grupos de Economia Popular Solidaria.

Picos:
Na semana deste ano, a Diocese de Picos irá abordar a Solidariedade no Trânsito
05/11 - Abertura - Missa na Rádio Cultura FM e distribuição de folders na avenidas principais de Picos - 06h
06/11 - Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vitimas do trânsito – 19h
07/11 - Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vitimas do trânsito – 16h
08/11 - Visitas as Universidades, escolas públicas – 08h
- Mesa Redonda: “Humanização do Transito: qual nosso olhar?” – 10h
09/11 – Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vitimas do trânsito – 19h30
11/11 – Palestra em parceria com o Detran – PI sobre orientações no transito – 19h
12/11 - Caminhada da Vida no Trânsito e benção dos veículos – 06h

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Meio milhão de pessoas vota a favor da limitação da propriedade de terra no país

No Piauí, 22,5 mil pessoas opinaram acerca da limitação

O Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo entregou ontem (19 de outubro) à sociedade brasileira o resultado do Plebiscito Popular sobre o Limite da Propriedade, realizado de 1º a 12 de setembro. Participaram deste plebiscito 519.623 pessoas, em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal. Só não participaram do mesmo, Santa Catarina, Amapá e Acre que optaram por fazer o abaixo-assinado, somente. Eram admitidas à votação pessoas acima de 16 anos, portanto em condições de votar.

Duas foram as perguntas formuladas às quais se devia responder sim ou não. A primeira: “Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil, devem ter um limite máximo de tamanho?”. A segunda: “Você concorda que o limite das grandes propriedades de terra no Brasil possibilita aumentar a produção de alimentos saudáveis e melhorar as condições de vida no campo e na cidade?”.

95,52% (495.424) responderam afirmativamente à primeira pergunta, 3,52% (18.223), negativamente, 0,63% foram votos em branco e 0,34%, votos nulos. Em relação à segunda pergunta os que responderam sim foram 94,39% (489.666), 4,27% (22.158) responderam não, 0,89 % foram votos em branco e 0,45%, votos nulos.

Segundo o Fórum, o fato de mais de meio milhão de pessoas se posicionarem afirmativamente em relação à necessidade e à conveniência de se colocar um limite à propriedade da terra, é um indicador expressivo de que a sociedade brasileira vê a proposta como adequada. É uma amostragem do que pensa boa parcela do povo brasileiro. As pesquisas de opinião ouvem duas ou três mil pessoas e seus dados são apresentados como a expressão da vontade da sociedade.

Dados do Piauí – No Estado a votação também congregou uma quantidade significativa de votos. Foram cerca de 22.500 votos em todas as regiões do Estado, o correspondente a 4,3% do total de votos do país. Do total de votos do Piauí, 98,2% das pessoas foram a favor da limitação da propriedade rural, 1,4% foram contrárias à qualquer tipo de limitação e 0,4% dos votos foram brancos ou nulos.

Votos por região do Estado:
Teresina: 13.369 em 16 municípios;
Picos: 3.157 em 19 municípios;
Parnaíba: 1.870 em 08 municípios;
Floriano: 1.159 em 08 municípios;
Bom Jesus: 1.113 em 08 municípios;
Campo Maior: 396 em 05 municípios;
São Raimundo Nonato 1.237 em 04 municípios.

O plebiscito – Criada em 2000 pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA), a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra: em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar, é uma ação de conscientização e mobilização da sociedade brasileira para incluir na Constituição Federal um novo inciso que limite às propriedades rurais em 35 módulos fiscais. Áreas acima dos 35 módulos seriam automaticamente incorporadas ao patrimônio público.

A introdução desta medida resultaria numa disponibilidade imediata de mais de 200 milhões de hectares de terra para as famílias acampadas, sem despender recursos públicos para a indenização dos proprietários. Esses recursos são hoje gastos em processos desapropriatórios e que poderiam ser empregados no apoio à infra-estrutura, ao crédito subsidiado e à assistência técnica para os assentamentos.

De acordo com os últimos dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) em 2006, no Brasil, 2,8% das propriedades rurais são latifúndios e ocupam mais da metade de extensão territorial agricultável do país (56,7%). Em contrapartida as pequenas propriedades representam 62,2% dos imóveis e ocupam apenas 7,9% da área total.

Vale lembrar que mais de 70% dos alimentos produzidos para os brasileiros provém da agricultura camponesa, uma vez que a lógica econômica agrária tem como base a exportação, principalmente da soja, da cana-de-açúcar e do eucalipto. O Brasil tem a segunda maior concentração da propriedade fundiária do planeta.

Além da geração de empregos no campo que poderá aumentar. Segundo do Senso Agropecuário de 2006 do IBGE, 74,4% das pessoas ocupadas no campo vem da agricultura familiar, sendo que a cada 100 hectares emprega 15 pessoas. As empresas do agronegócio empregam apenas 1,7% pessoa em cada 100 hectares, sendo que a grande a maioria trabalham em regime de escravidão.

Estrutura Fundiária do Piauí – O Piauí é um dos estados que possui uma das maiores concentrações fundiárias do país. Os imóveis classificados como “Grandes Propriedades” representam apenas 2,29% do total de imóveis rurais, mas ocupam uma área equivalente a 53,01% do total de hectares do Estado. No país, esse percentual fica em torno de 3% do total das propriedades rurais do país que são latifúndios, ou seja, tem mais de mil hectares e ocupam 56,7% das terras agricultáveis. Os números preocupantes constam no Atlas Fundiário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Ao todo são 2.814 imóveis cadastrados pelo Instituto, sendo que somente 237 são considerados produtivos, ou seja, 2.577 não atingem os índices de produtividade. Os imóveis classificados como Minifúndios representam 67,11% dos imóveis rurais, no entanto, ocupam apenas 9,77% do total da área em hectares.

Já outro nó econômico da questão fundiária no país está na improdutividade das terras. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) considera que 62,4% da área do total dos imóveis rurais no país são improdutivas. No Piauí, esse percentual chega a 49,54%, de acordo com os dados do Incra.

Grande parte das grandes propriedades é mantida por conta da especulação imobiliária. Isso acontece porque a terra tem importância por seu valor de mercado. Se ganha produzindo em uma propriedade rural, mas também se ganha deixando-a parada, esperando a especulação imobiliária cumprir seu papel aumentando o valor do hectare.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nosso jornal impresso versão online

Nosso jornal impresso já está circulando, mas se você ainda não teve oportunidade de recebê-lo, pode acessar por aqui. Clique em "full" para exibir em tela inteira e para sair do modo tela inteira, basta apertar a tecla "esc" do teclado.

Boa leitura!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Solidariedade e Meio Ambiente

“Não há um Planeta B”


Estamos colhendo hoje o que plantamos na nossa história humana na face da terra. Sobretudo a partir da revolução dos últimos quatro séculos. A humanidade, movida pela racionalidade da técnica e da ciência, construiu o mundo que habitamos, trazendo para nós todos os confortos que ela nos pode oferecer. Vivemos bem, muitíssimo bem! Entretanto, o mundo do progresso ilimitado, do absoluto da técnica e da ciência, hoje tem dificuldades de sustentar seu próprio discurso e prática.

O mito da solução dos problemas criados pela técnica e pela ciência através da própria técnica e ciência, hoje não tem sustentação. Nós esbarramos nos limites da nossa morada, do nosso planeta, que tem sua própria lógica, da qual nós somos parte e não senhores. Nossas reflexões e atitudes em relação à Ecologia, são periféricas, não atingem a questão central dos problemas ambientais e sociais. Mas, quando o olhar se volta para o coração do problema, então temos um horizonte de pavor.

O mundo muda e observar suas mudanças às vezes é simples, às vezes é extremamente complexo. Há bem pouco tempo não ouvíamos falar em Aquecimento Global, na questão Ecológica, na Biodiversidade, na crise Civilizatória. Nossos grandes problemas e desafios eram apenas de ordem social, mas o progresso era inquestionável. A qualquer custo tínhamos que progredir. Não se trata aqui de procurar o que há de pior no mundo, mas de refletir e reconhecer que pessoas e a natureza, hoje, já sofrem as conseqüências do modelo de desenvolvimento e do tão sonhado progresso escolhido por aqueles que dirigem a humanidade.

Citamos apenas as questões – chave para visualizarmos melhor o mundo atual em que vivemos:

1. A QUESTÃO DA ÁGUA – Hoje, cerca de 1,2 bilhão de pessoas no mundo não tem um copo de água potável para beber. Aproximadamente 4 mil crianças morrem por dia por doenças veiculadas pela água;

2. A QUESTÃO DA TERRA – Os solos ocupados hoje por agricultura estão em cerca de 1,5 bilhão de hectares. Continentes inteiros como África, Ásia e Europa não tem mais solos a serem ocupados, a não ser ocupando áreas de riscos. A América Latina ainda teria solos a serem ocupados pela agricultura, mas isso significa devastar mais ainda os cerrados, a Amazônia e a caatinga. Portanto, essa realidade significa que a humanidade terá que buscar alternativas para conviver com os solos que têm hoje para saciar aproximadamente os nove bilhões de pessoas que deverão estar na face da terra em 2050.

3. A PERDA DA BIODIVERSIDADE – Só os vegetais são capazes de produzir seu próprio alimento através da fotossíntese. Nós, humanos, somos capazes de manejar nossos alimentos, mas não de produzir a matéria prima que necessitamos para se alimentar. À medida que as florestas vão sendo devastadas, há um empobrecimento vegetal, animal e diminuição de disponibilidade das águas. Por conseqüência ocorre o empobrecimento da variedade, das cores, dos sabores, da nutrição, ou seja, toda cadeia que sustenta a vida.

4. AQUECIMENTO GLOBAL – A emissão constante de gases na atmosfera, originados principalmente pela queima de combustíveis fósseis, modificou o invólucro da terra chamado atmosfera. Hoje, a Terra está doente e necessitando de cuidados.

5. MODELO DE DESENVOLVIMENTO – A humanidade fez uma opção de desenvolvimento que agride a vida e exalta a dimensão econômica, que se sobrepões às outras dimensões da vida humana e as condiciona. Um modelo baseado na depredação, exploração e acumulação.

Diante da crise ecológica, fruto da crise civilizatória, qual é o nosso papel? Quais os grandes desafios? Temos que mudar de atitudes e romper com o modelo de desenvolvimento que acumula riquezas, explora as pessoas e depreda a natureza. O mundo do capital consumista soube legalizar seus pressupostos. Então, para muitos, basta executar as regras do mercado, obedecer à sua ética, legalizada, para obter tudo que buscam. O MUNDO ESPECULATIVO É UMA FORMA DE OBTER FORTUNAS SEM ONERAR A CONSCIÊNCIA.

A depredação da natureza, através das madeireiras, carvoarias, biopirataria, agronegócio etc, é outra forma de agredir o espírito da vida. Tem muita gente que se pretende ético e justo usufruindo o mundo da especulação, da exploração, da depredação da natureza e da acumulação. Essas posturas carregam em si bases éticas e morais profundamente questionáveis diante das exigências de uma nova maneira de se relacionar com o meio em que vivemos. Pois, a crise ambiental provocada pelo “progresso humano” coloca para a humanidade contemporânea o desafio de se vivenciar uma nova ESPIRITUALIDADE DA VIDA. Essa nova Espiritualidade, que denominamos SOLIDARIEDADE ECOLÓGICA, implica em profundas mudanças de atitudes, pessoais e coletivas, sobretudo, na maneira de cuidar e de se relacionar com as pessoas, a natureza e o mercado.

Por isso, a salvação da humanidade e do planeta Terra, passa por uma outra lógica, a prática da SOLIDARIEDADE ECOLÓGICA”. Baseada na solidariedade humana, tem sensibilidade com a justiça e respeito pela criação, sabe que essa sensibilidade é também um dom do espírito que paira sobre todas as vidas e pessoas e sopra onde quer. Na ação solidária com a Terra, reside a possibilidade de prosperidade da humanidade.

Carlos Humberto Campos - Sociólogo e Assessor da Cáritas Brasileira Regional Piauí

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Componha o Hino da Romaria da Terra e da Água do Piauí

O Regional Nordeste 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil já começou a organizar a 12ª Romaria da Terra e da Água do Piauí. A equipe de comunicação lançou o regulamento convidando os artistas do Estado para contribuir com a organização do evento no que diz respeito à elaboração do Cartaz e do Hino da Romaria.

Veja o Regulamento e participe!

Participe da confecção do Cartaz da Romaria da Terra e da Água 2011

O Regional Nordeste 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil já começou a organizar a 12ª Romaria da Terra e da Água do Piauí. A equipe de comunicação lançou o regulamento convidando os artistas do Estado para contribuir com a organização do evento no que diz respeito à elaboração do Cartaz e do Hino da Romaria.

Veja o Regulamento e participe!

Consciente Coletivo - Episódio 02

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Desenhos abordam sustentabilidade

A série Consciente Coletivo faz reflexões sobre os problemas gerados pelo ritmo de produção e consumo de hoje. Tudo de um jeito simples e divertido. Entre os assuntos estão sustentabilidade, mudanças climáticas, consumo de água e energia, estilo de vida, entre outros, que permeiam o universo da consciência ambiental.

O projeto Consciente Coletivo é uma parceria do Instituto Akatu, Canal Futura e HP do Brasil. São cinco episódios que serão postados aqui para acesso dos nossos leitores.

Consciente Coletivo - Episódio 01

Festival do Sorvete da Pastoral do Migrante

No chamado B-R-O-BRÓ, Teresina apresenta altas temperaturas que podem chegar a 45º. Outubro já tem a fama de ser o mês mais quente do ano. Para refrescar, a Pastoral do Migrante realizará um gostoso Festival do Sorvete no proximo dia 17, a partir das 10h no Centro Social Pio XII. As fichas estão sendo vendidas no valor de R$ 1,00. Toda a renda obtida será revertida para os projetos da pastoral.

A Pastoral do Migrante promove acolhida, orientação, interação social e eclesial junto a pessoas migrantes, diminuindo os impactos negativos da migração na sociedade. No Piauí, o serviço tem atuado na combate e prevenção à migração forçada e ao trabalho escravo.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Agenda Out/ Nov

03/10 – Eleições
25/10 – Reunião do Conselho Regional da Cáritas
26 a 28/10 – Retiro espiritual dos Agentes Cáritas do Piauí
05 a 12/11 – Semana da Solidariedade
18 a 20/11 – Oficina Estadual de Radialistas do Semiárido
24 e 25 – Fórum Nacional da Cáritas Brasileira

Desenvolvimento Solidário e Sustentavel: é preciso repensar nosso modo de vida

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), Desenvolvimento Sustentável é: “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”. Isso significa a possibilidade de as pessoas de agora e do futuro atingir um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.

Para discutir o assunto dentro da perspectiva de construção em Rede, a Cáritas Brasileira Regional do Piauí realizou nos dias 23 e 24 de setembro o I Seminário Desenvolvimento Solidário Sustentável – Territorial. O evento reuniu agentes de todo o Piauí e apresentou propostas de sustentabilidade aliada à organização participativa. O evento contou também com a participação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e de Jaime Conrado, assessor da Cáritas Brasileira Regional do Maranhão, que representou o Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Solidário Sustentável - Territorial.

Segundo Carlos Humberto Campos, sociólogo, essa discussão se faz necessária para avaliarmos os caminhos de desenvolvimento que escolhemos, o qual possibilitou uma vida confortável para boa parte da população, mas requer que seja amplamente repensado. O desafio hoje é vivenciar uma nova construção de Vida. “Essa nova vida exige um modelo de desenvolvimento que denominamos de Solidariedade e Sustentabilidade. Essa construção implica em profundas mudanças de atitudes – pessoais e coletivas – sobretudo na maneira de se relacionar com as pessoas, a natureza e o mercado de consumo”, explica.

No Piauí, diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) tem incentivado experiências de plantio agroecológico, reciclagem de materiais, mobilização para garantia de direitos e prática da Economia Popular Solidária e outras alternativas que possibilitem a discussão sobre a produção com visão na preservação do meio ambiente.

Uma experiência é a produção do Algodão Orgânico no município de Paulistana, apresentada pela ONG Centro de Estudos Ligados a Técnicas Alternativas (CELTA). As famílias agricultoras plantam o algodão sem uso de agrotóxicos e consorciado com outras culturas como o gergelim, o sorgo e a leucena. Na ultima safra, as famílias colheram 20 toneladas de algodão e cerca de 15 toneladas de gergelim.

O Movimento Quilombola apresentou algumas experiências de mobilização social para a garantia de direitos das populações tradicionais. Muitos quilombos do Estado tem sofrido com a intervenção das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê a desapropriação de algumas terras. Segundo Antônio Bispo, representante do movimento, para muitas comunidades que tem uma relação intima com a terra e o local onde sempre viveram, direitos tem sido negados, deixando as famílias a mercê da própria sorte.

Dentro dessa perspectiva de rede, a Cáritas Brasileira Regional do Piauí, os agentes avaliou as ações já realizadas e formula novas propostas. Como avanços, foram apontados a maior organização das comunidades e grupos em associações, cooperativas e redes; conscientização da população e aproximação das instituições parceiras na proposta de Desenvolvimento Sustentável através da Economia Solidária, com destaque para os projetos de Fundos Rotativos Solidários apoiados pelo BNB.

Como desafios a serem superados, a Cáritas e as diversas organizações ainda tem que transpassar a barreira da sustentabilidade institucional, a burocracia de acesso aos recursos públicos, a divulgação de ações e formação através da comunicação, buscando o comprometimento de todas as pessoas para a proposta.

Segundo Hortência Mendes, secretária regional, a sustentabilidade que a Cáritas defende vai além do economicismo e se sustenta nas ações solidárias. “A Solidariedade é aquela concebida como fonte de abrigo e segurança que cria sentimento de pertença e nos torna pessoas aptas a vivermos com dignidade mesmo diante de situações adversas”, afirma a secretária.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Inscrições para o Prêmio Odair Firmino seguem até dia 20 de outubro

As inscrições para a 1ª edição Prêmio Odair Firmino de Solidariedade foram prorrogadas até o dia 20 de outubro. O prêmio visa estimular ações de disseminação e de divulgação da cultura de solidariedade, e faz parte da programação da Semana de Solidariedade, promovida anualmente pela Rede Cáritas.

Estarão habilitadas a participar organizações sociais, associações, entidades, grupos comunitários, de abrangência local, que promovam ações produtivas ou extrativistas de promoção e recuperação da biodiversidade; garantam o protagonismo de pessoas excluídas; participação na construção e controle social de políticas públicas.

O prêmio busca também incentivar a formação de novas e recompensar experiências coletivas e solidárias de atividades produtivas que promovam a diversidade das culturas locais e das identidades, com atenção para as questões de gênero, raça, etnia e geração. Além de reconhecer experiências de reciclagem de resíduos sólidos, consumo ético e solidário na perspectiva do Desenvolvimento Solidário, Sustentável - Territorial.

As três experiências vencedoras, vão receber, respectivamente: primeiro lugar - R$ 10 mil; segundo - R$ 5 mil; e, terceiro - R$ 3 mil. As inscrições serão gratuitas e podem ser feitas via internet pelo blog www.premioodairfirmino.wordpress.com. Os projetos deverão ser enviados para o e-mail premioodairfirmino@caritas.org.br. O regulamento está disponível no blog ou no site da Cáritas: www.caritas.org.br.

Tecnologias sociais e agroecologia são temas de encontro no Piauí

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA) realizou nos dias 29 e 30 de setembro o Encontro Estadual de Gestão de Água para a Produção de Alimento (GAPA). O encontro aconteceu em Picos e reuniu membros das instituições que desenvolvem no Piauí os Programas Um milhão de Cisternas Rurais (P1MC) e Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) e os facilitadores que ministram os cursos para as famílias. O objetivo do curso de Gestão de Água é orientar às famílias a usar a água de forma racional e aproveitar todas as potencialidades hídricas da sua propriedade.

No encontro foi realizada uma análise da potencialidade produtiva no semiárido e a contribuição dos programas na construção da idéia de que as comunidades rurais podem ser vistas como potencialidades. Para o coordenador da ASA no Piauí, Carlos Humberto Campos, os Programas de Convivência com o Semiárido, avançam no sentido de melhorar as condições produtivas nestas comunidades, através de investimento em infra-estrutura, tecnologias sociais e propostas agroecológicas.

As tecnologias sociais vêm sanar as vulnerabilidades advindas com a falta de água para o consumo humano e produção de alimento nas comunidades rurais do semiárido. No Piauí, são quase 136 mil famílias beneficiadas com as cisternas de 16 mil litros do P1MC e mais de 6 mil pessoas beneficiadas com as tecnologias Cisternas Calçadão, Tanque de Pedra e Barragens Subterrâneas do P1+2.

Uma palestra sobre agroecologia fez um levantamento das iniciativas agroecológicas no Piauí e as vantagens da prática sustentável. Dentro da dinâmica do P1+2 as famílias são incentivadas a praticarem a agricultura orgânica, conhecerem os desafios e as vantagens deste modelo de agricultura para um Desenvolvimento Solidário Sustentável – Territorial.

Comissões municipais avaliam P1+2

No dia 28 de setembro, a Cáritas Brasileira Regional do Piauí realizou o III Encontro Territorial do Programa Uma Terra e Duas Águas. O evento que aconteceu no Centro de Treinamento Diocesano de Picos, reuniu as comissões municipais, agricultores e agricultoras para avaliar as ações.

Durante as discussões, as pessoas participantes reafirmaram a importância da continuidade dos programas da ASA Brasil para a garantia de água para o consumo humano e para a produção de alimentos, o que tem melhorado a qualidade de vida das famílias. Além disso, avaliaram o encontro como um espaço importante para a troca de experiências entre as comissões municipais e busca de soluções conjuntas. Foi abordada também a importância da valorização do voluntariado, pois as comissões municipais são compostas por voluntários que buscam o bem estar das famílias do semiárido.

No evento foi iniciada a discussão de rearticulação dos Fóruns Microrregionais de Convivência com o Semiárido, os quais congregam cidades mais próximas para a articulação de políticas públicas e garantia de direitos. Segundo João Evangelista, coordenador do P1+2 pela Cáritas Brasileira Regional do Piauí, a reorganização dos Fóruns Microrregionais é decisivo para a construção do Plano Estadual de Convivência com o Semiárido, que é uma das metas do FPCSA para os próximos anos. O plano deverá contemplar as particularidades locais (ambientais, econômicas e sociais) de cada região do Piauí com vistas para o Desenvolvimento Sustentável.

Colaboração: Paula Andréas, comunicadora FPCSA

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

I Seminário de Desenvolvimento Solidário Sustentável – Territorial

A Cáritas Brasileira Regional do Piauí realizará nos próximos dias 23 e 24 de setembro o I Seminário Regional de Desenvolvimento Solidário Sustentável – Territorial (DSS-T). O evento acontecerá na Obra Kolping Estadual do Piauí e reunirá os agentes Cáritas do Estado para refletir sobre o tema, ampliar conceitos, identificar avanços e limites nas ações, além de construir compromissos e estratégias de ações.

Segundo Carlos Humberto Campos, sociólogo da Cáritas, essa discussão se faz necessária para discutirmos os caminhos de desenvolvimento que escolhemos há anos, o qual possibilitou um modo de vida confortável para boa parte da população, mas que hoje requer que seja amplamente repensado. “Vivemos bem, muitíssimo bem! Entretanto, o mundo do progresso ilimitado tem dificuldades de sustentar seu próprio discurso e prática. A humanidade fez uma opção de desenvolvimento que agride a vida e exalta a dimensão econômica, o lucro sem medida, que sobrepõe às outras dimensões da vida humana”, ressalta.

Para ele, a crise ambiental provocada pelo “progresso humano”, que ameaça a destruição da Terra, coloca para a humanidade contemporânea o desafio de se vivenciar uma nova construção de vida. “Essa nova vida exige um modelo de desenvolvimento que denominamos de Solidariedade e Sustentabilidade. Essa construção implica em profundas mudanças de atitudes, pessoais e coletivas, sobretudo na maneira de se relacionar com as pessoas, a natureza e o mercado de consumo”, explica o sociólogo.

Se trata de uma proposta de Desenvolvimento Diferenciado, porém integrativa das cinco dimensões da existência humana: Ambiental, Econômica, Política, Social e Cultural. “Eis o grande desafio. Somos convocados, através desse seminário a refletir, construir e encaminhar propostas a partir de novos saberes forjados nas experiências já realizadas”, finaliza.

Programação

DIA 23/09/10

7h – CHEGADA E CREDENCIAMENTO
9h – Mística e espiritualidade
9h30 – Apresentação dos participantes, objetivos e programação
10h – Intervalo
10h30 – Mesa Temática:

- Dialogando sobre os conceitos e conjuntura da atual política de desenvolvimento – GT Nacional da Cáritas Brasileira
- Os impactos dos grandes projetos desenvolvimentistas no Piauí - Antonio Bispo/ Movimento Quilombola

11h30 – Participação da plenária

12h – Almoço

14h – Dialogando sobre experiências de desenvolvimento:

1. Experiência do resgate da cultura do Algodão na região de Paulistana (CELTA)
2. Experiências da Política de Desenvolvimento do BNB
3. A experiência do Projeto Fecundação – Cáritas Brasileira Regional do Piauí

15h40 – Intervalo
16h – Trabalho de grupo: Aprofundamento dos conceitos de DSS-T a partir da conjuntura e das experiências, tendo como pano de fundo os Programas de ações.
GRUPO 01 – EPS
GRUPO 02 – SEMIÁRIDO
GRUPO 03 – EMERGÊNCIA
GRUPO 04 – PIAJ
GRUPO 05 – POLÍTICAS PÚBLICAS E MOBILIZAÇÕES SOCIAIS.
Questões orientadoras:

1. Situar a partir dos conteúdos/realidade o conceito de DSS-T para embasar as ações da Caritas
2. Qual deve ser o foco principal para política de DSS-T no Regional?
3. Como trabalhar as relações de gênero, geração e etnia no contexto de DSST?

17h15 – Socialização dos grupos
19h – Jantar de confraternização

DIA 24/09/10

07h30 – Café
08h – Mística
08h20 – Apresentação de vídeo – Dialogando sobre o conceito de DSS-T na Ação da Cáritas/Regional Piauí
09h – Trabalho de grupo a partir da seguinte questão: Como a perspectiva do DSS-T orienta, qualifica e integra a nossa ação político-pedagógico (avanços, lacunas, desafios etc)
10h – Intervalo
10h30 – Partilha dos grupos e debates
11h30 – sistematização dos debates
12h – Almoço
14h – Organizando o processo de gestão da política de DSS-T no Regional Piauí
14h30 – Trabalho de grupo a partir das seguintes questões:

1. Como avançar no processo de gestão da política de DSS-T no Regional;
2. Propostas de encaminhamentos e ações de DSS-T no Regional Piauí;
3. Avaliação do Seminário.

16h – Intervalo
16h15 – Plenária de socialização e encaminhamentos dos grupos
17h30 – Mística de encerramento
18h – jantar e encerramento

21 às 22h – Vigília no congresso Eucarístico Arquidiocesano (Todos e todas são convidados e convidadas a participar)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cáritas Brasileira inscreve para 1ª edição do Prêmio Odair Firmino de Solidariedade


A Cáritas Brasileira, organização não governamental da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), está inscrevendo experiências para a 1ª edição do Premio Odair Firmino de Solidariedade. O prêmio visa a estimular ações de disseminação e de divulgação da cultura de solidariedade, e faz parte da programação da Semana de Solidariedade, promovida anualmente pela Rede Cáritas.

Odair Firmino nasceu em 22 de junho de 1945, em Ipameri, Goiás, e faleceu em Anápolis (GO) no dia 5 de julho de 2008. Sua missão, antes como franciscano e depois como agente da Cáritas, foi incansável diante da exploração, do abandono e da exclusão de pessoas e de comunidades. Ele assumiu a causa dos oprimidos e amou-os até o fim, como seu próximo. Seu modo de vida, sempre alegre e cheio de esperança, fez dele uma pessoa mansa, misericordiosa e pura de coração.

Diante da violência que sempre atinge mais duramente os empobrecidos, especialmente negros, jovens e mulheres, Odair promoveu a paz verdadeira, sempre solidário com os perseguidos por causa da justiça. Com o prêmio, a Cáritas Brasileira pretende manter viva a chama da paz e da esperança que eram as principais características da luta de Odair Firmino, além de revelar ações libertadoras presentes nas contradições da história.

Estarão habilitadas a participar do edital, organizações sociais, associações, entidades, grupos comunitários, de abrangência local, que promovam ações produtivas ou extrativistas de promoção e recuperação da biodiversidade, garantam o protagonismo de excluídos e excluídas nas mobilizações, articulações e lutas políticas das organizações da sociedade civil; participação na construção de políticas públicas socioambientais e/ou no exercício do controle social destas políticas.

O prêmio busca também incentivar a formação de novas e recompensar experiências coletivas e solidárias de atividades produtivas que promovam a diversidade das culturas locais e das identidades, com atenção para as questões de gênero, raça, etnia e geração, bem como a recuperação de áreas degradadas pelos impactos ambientais e uso inadequado de recursos naturais.

Também reconhece experiências que dão destinação pós-consumo de produtos e embalagens, que atuam com educação ambiental, com minimização de entradas e saídas do processo produtivo, com reciclagem, com responsabilidade sobre o ciclo de vida dos produtos e serviços e, ainda, promovam o consumo ético e solidário na perspectiva da mudança de padrões de comportamento que viabilizam novas relações entre produção, consumo e natureza.

Além do troféu “Cruz Isósceles”, as três experiências vencedoras, vão receber, respectivamente: primeiro lugar, R$ 10 mil; segundo, R$ 5 mil; e, terceiro, R$ 3 mil. As inscrições serão gratuitas e vão ocorrer entre 1º e 30 de setembro de 2010, via internet, por meio do Sistema de Inscrição do Prêmio Odair Firmino, disponível no blog www.premioodairfirmino.wordpress.com. Os projetos deverão ser enviados para o e-mail premioodairfirmino@caritas.org.br.

Confira o regulamento no blog www.premioodairfirmino.wordpress.com ou em www.caritas.org.br.


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Plebiscito e protesto de estudantes e professores marcam Grito no Piauí


Grito das Pessoas Excluídas, upload feito originalmente por Cáritas Piauí.

No dia 7 de setembro, os brasileiros e brasileiras em ato de civilidade vão às ruas em desfiles oficiais para comemorar o dia da Independência. Mas nem todas as pessoas tem razões para comemorar. São pessoas que todos os dias tem seus direitos negados por falta de um poder público mais atuante e eficiente.

Na principal avenida de Teresina, a Frei Serafim, 1.000 pessoas marchavam na contramão do desfile oficial para marcar o 16º Grito das Pessoas Excluídas. Participaram do evento as Pastorais Sociais como a Cáritas Brasileira Regional do Piauí, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastoral da Criança, Pastoral do Migrante; FETAG, Conlutas, Movimento Estudantil, Associações, Comunidades dentre outras.

Com o tema “Onde Estão os Nossos Direitos? Vamos às ruas para construir um Projeto Popular”, o Grito deste ano teve como atividade principal a coleta de assinaturas para o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade Rural. Urnas do plebiscito foram instaladas na avenida para que durante a manifestação as pessoas pudessem declarar sua opinião.

“A limitação da propriedade rural é um importante passo para esse Projeto Popular para o Brasil quando possibilita garantir o acesso à terra para todas as pessoas, acabando com o latifúndio”, declarou Hortência Mendes, secretária regional da Cáritas. Segundo Hortência, tanto o Grito como o plebiscito são oportunidades legítimas para a população expressar sua opinião e sua vontade de mudança para a construção de uma sociedade mais justa.

O evento denunciou a situação da exclusão social em relação a políticas públicas de educação e moradia, mostrando a realidade e as necessidades das populações pobres. Na educação o destaque foi a manifestação de estudantes e professores da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) por melhores condições de funcionamento.

Recentemente, mais de 20 cursos da UESPI deixaram de ser reconhecidos pelo Conselho Estadual de Educação por falta de estrutura básica, como bibliotecas, laboratórios, salas de aula, além de poucos professores e servidores efetivos. Somados com mais 10 cursos que já foram fechados, serão 30 cursos em diversas cidades do Estado que deixarão de existir. Em Picos, os alunos estão ocupando salas de escolas estaduais ou em prédios alugados porque o prédio da universidade precisa de reformas.

O protesto teve também peça teatral na avenida com personagens como o presidente americano Barack Obama que, ao lado de Lula, debochavam do povo brasileiro enquanto festejavam a riqueza dos bancos e dos poderosos.

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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Seminário debate importância das populações tradicionais

Será realizado nos dias 04 e 05 de setembro, das 8h às 18h na Obra Kolping Estadual do Piauí, o Seminário Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais e Quilombolas no Contexto do Desenvolvimento Territorial. O evento tem o objetivo de debater o modo de vida das populações tradicionais e o Desenvolvimento Territorial Sustentável.

Durante o evento será feito um debate conceitual sobre populações tradicionais, seu modo de vida e como ele contribui para o desenvolvimento sustentável do país. Serão apresentadas também as políticas públicas para populações tradicionais da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA).

O evento contará com a participação do Movimento Quilombola, professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), estudantes, representante da Fundação Palmares e SDT/MDA, e outras organizações.

Povos Tradicionais e o Desenvolvimento Sustentável

Os povos tradicionais possuem um vasto conhecimento sobre a natureza e uma rica cultura que fora adquirido ao longo de várias gerações. Devido ao fato destes povos possuírem uma dependência da natureza para a sua subsistência, possuem uma íntima relação com ela e logo, um grande conhecimento e maneira diferente de usá-la e manejá-la.

As famílias utilizam os recursos que a natureza os oferece de forma sustentável já que sua sobrevivência depende diretamente dela. Tais conhecimentos, muitas das vezes são de total desconhecimento da sociedade e de grande valia para se desenvolver medidas sustentáveis a partir de tais saberes, ainda mais se tratando do “caos ambiental” em que nos dias atuais estamos enfrentando.

Serviço:
Obra Kolping Estadual do Piauí
Conjunto Dirceu Arcoverde II, 3978 – Bairro Dirceu II
Teresina – Piaui

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Famílias de Palmeirais fecham a PI-130 em protesto


Manifestação PI-130, upload feito originalmente por Cáritas Piauí.

Um grupo de aproximadamente 100 pessoas fechou a PI-130, que liga Teresina a Palmeirais, por cerca de duas horas na manhã desta quarta-feira (01) próximo à comunidade Buritizinho, na zona rural de Palmeirais. As famílias protestavam contra o avanço da compra das terras na região pela Suzano Celulose para o cultivo do eucalipto e contra a construção das usinas hidrelétricas no Rio Parnaíba.

Claudiomir Vieira, coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), declara que a empresa já comprou milhares de hectares no Estado do Piauí e do Maranhão para o plantio da árvore para a produção de celulose a fins de exportação. “Ela conta também com a isenção de impostos do Estado e dos municípios, além da promessa de construção de cinco usinas hidrelétricas no curso do Rio Parnaíba, a fins de gerar energia para manter o maquinário da indústria funcionando”, afirma o coordenador do MST.

O MST afirma ainda que essa desapropriação legalizada de propriedades rurais férteis que eram destinadas à agricultura familiar só vai incrementar o numero de 250 mil famílias piauienses que batalham por um pedaço de chão. Quadro que pode ser revertido através de uma lei que propicie a limitação da propriedade rural.

“Segundo o Incra são 153 milhões de hectares de terra que estão nas mãos dos latifundiários, enquanto 5 milhões de famílias no Brasil lutam pela posse da terra. A maioria dessas terras está a serviço do capital estrangeiro e é destinada a produção de bens para a exportação. Pouco tem sobrado para a produção voltada para o mercado interno, para a produção de alimentos mais saudáveis”, completa.

Segundo o agricultor João Rodrigues de Oliveira, morador da comunidade Nova Esperança, a Suzano tem oferecido grandes somas de dinheiro pelas terras dos agricultores para forçar as famílias a venderem suas terras para o plantio do eucalipto e oferecendo empregos às famílias que, segundo ele, não existem.

“A Suzano está é enganando o povo. Num terreno que vale 10 mil reais eles oferecem 40 , 50 mil para a pessoa vender e vai retirando o povo das terras. Esse povo vai saindo e mais tarde vai dá trabalho é ao governo, porque não tem onde ficar. Os empregos que eles tão falando que tem é pra quem tem estudo e os mais velhos que não tem estudo vão viver de quê? E quando os mais novos se formarem pra trabalhar para eles, já acabaram com tudo”, declara o trabalhador.

Apesar do pouco conhecimento que tem o agricultor, ele tem consciência dos problemas sociais que a expulsão do homem do campo pode gerar. “Se a gente sai daqui a gente fica com a cara pra cima, porque pra onde nós vamos? De quê vamos viver? Vamos gerar uma fábrica de ladrão porque se nós não pudermos educar nossos filhos eles vão acabar roubando. Nós temos que demonstrar o nosso ‘não’ para ver se as autoridades vejam isso e dê um basta nisso”, declara

De acordo com João Rodrigues, os moradores da comunidade Boa Esperança já estão com medo de serem despejados, pois a área que eles residem há 11 anos pertence à prefeitura de Palmeirais. O agricultor fala que já apareceu uma equipe fotografando o local, o que deixou as famílias mais inquietas. “A gente vai dar um jeito de conversar com a prefeitura para ver se eles passam o pedaço de terra que a gente mora para a associação. Essa vida no interior é boa demais pela tranqüilidade e um cultivo de um eucalipto desse acaba com as caças, acaba com tudo porque ele arranca os pau tudo e acaba com tudo. E o eucalipto não refloresta a terra”, finaliza.

Segundo Hortência Mendes, secretária regional da Cáritas Brasileira, a manifestação também faz parte da programação para a mobilização da sociedade em torno do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, que visa consultar a sociedade sobre a limitação de posse e aquisição das propriedades rurais.

“Queremos uma efetiva Reforma Agrária, uma agricultura familiar fortalecida, pessoas do campo e da cidade organizadas e conhecedoras do seu direito, pois só com cidadania que a gente consegue construir uma sociedade sustentável. Essa manifestação ela aponta pra isso quando questões coletivas a serem discutidas como: o limite da terra através do plebiscito popular, os grandes projetos que atentam contra o meio ambiente e contra a vida das pessoas e a luta pelos direitos e pela cidadania”, declara a secretária.

Clique na imagem para ter acesso à Galeria de Fotos.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Famílias agricultoras realizam manifestação na PI-130

Famílias agricultoras de Palmeirais irão realizar um bloqueio na rodovia PI-130 na manhã desta quarta-feira, 01 de setembro. A manifestação será feita próximo ao assentamento Buritizinho.

A manifestação é contra a construção das cinco barragens ao longo do rio Parnaíba, especialmente a que será construída no município. O lago deverá inundar várias pequenas propriedades rurais e parte da rodovia estadual que liga a cidade à Teresina.

As famílias também protestam contra a expansão os plantios de eucalipto do projeto da Suzano Celulose no Piauí.

Plebiscito Popular pelo limite da propriedade rural começa amanhã

A proposta do Plebiscito visa pressionar o Congresso Nacional para que seja incluído na Constituição Federal um novo inciso que limite o tamanho da terra em até 35 módulos fiscais. Áreas acima de 35 módulos seriam incorporadas automaticamente ao patrimônio público e destinadas à Reforma Agrária. Caso a proposta seja aprovada, mais de 50 mil grandes propriedades de terra seriam atingidas no país. O módulo fiscal no Piauí varia entre 15 e 70 hectares.

O Plebiscito que se realizará de 01 a 07 de setembro, além de consultar a população sobre a necessidade de se estabelecer um limite máximo a propriedade da terra, tem a tarefa de ser, fundamentalmente, um importante processo pedagógico de formação e conscientização do povo brasileiro sobre a realidade agrária do nosso país e de debater sobre qual Projeto defendemos para o povo brasileiro.

Centenas de urnas estão espalhadas pelo Piauí em paróquias, ONGs, Sindicatos, Associações, Universidades etc.

Semiárido concentra população analfabeta

Renato Bezerra - repórter de Política

Além do problema de convivência com a seca, o semiárido é a região com maior dificuldade na formação educacional das crianças e jovens. Concentra metade da população de analfabetos acima dos 15 anos e apresenta altos percentuais de evasão escolar, de acordo com o relatório “Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 – O Direito de Aprender”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Muitas escolas acabam contribuindo para a construção da imagem do semiárido como um lugar de atraso e de falta de oportunidades para os próprios alunos que residem na zona rural. O currículo escolar não leva em conta a realidade local. “Muitas escolas formais ainda demonstram a idéia de que o semiárido nordestino é lugar seco, pobre e de atraso. E que para obter sucesso, as pessoas tem que sair da região. Isso destrói a auto estima e estimula a migração forçada e tudo o que a ela é atrelada, em vez de estimular o desenvolvimento local sustentável”, Afirma Carlos Humberto Campos.

Durante a apresentação do relatório no evento “Água, Liberdade, Cidadania e Segurança Alimentar”, Carlos Humberto afirmou que no Piauí já existem projetos voltados para a educação, como é o caso do Projeto Fecundação da Cáritas Brasileira Regional do Piauí, que através do projeto-piloto em Coronel José Dias, foi elaborado o primeiro Plano Municipal de Educação – PME com base na Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido. Prática já adotada pelas Escolas Famílias Agrícolas através da pedagogia da alternância: 15 dias do mês o aluno fica na escola aprendendo e os outros 15 dias ele vai para casa pôr em prática o que aprendeu.

De acordo com o Coordenador Executivo do Fórum, embora existam essas potencialidades a região não consegue superar seus péssimos indicadores sociais e nem auto-financiar seu desenvolvimento econômico. E a falta adequada de conhecimento do semiárido piauiense levou à introdução de atividades que não apresentam sustentabilidade ambiental e nem se tornam vantagens competitivas dinâmicas para famílias agricultoras.

Carlos Humberto disse ainda que a população piauiense ainda é considerada uma das mais empobrecidas da federação, com baixíssimo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. A falta de trabalho e emprego, poucas fontes de renda, dificuldades de acesso a alimentos em quantidade suficiente, as aguadas secam ou ficam impróprias para o consumo humano ou produção; tudo isso estimula o êxodo rural que leva ao inchaço das periferias das grandes cidades, à migração forçada e ao trabalho escravo.

Além de todos os problemas sociais enfrentados pela população do semiárido piauiense, as mudanças climáticas que estão ocorrendo no planeta tem contribuído para o agravamento da situação.

Continuação da reportagem publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí no dia 15/10/2010

Seca atinge mais de 200 mil famílias no interior do Piauí

A calamidade vai além dos 122 municípios que fazem parte do semiárido legal. 149 já decretaram estado de emergência

Renato Bezerra – Repórter de Política

Dados oficiais do Governo do Estado indicam que já são mais de 200 mil o número de famílias que passam dificuldades por conta da estiagem esse ano. Os mais atingidos residem no semiárido. No Piauí, esta região ocupa uma área de 125.692 quilômetros quadrados, dos 252.378 quilômetros quadrados totais do Estado. São 122 municípios onde mora uma população de 956.617 habitantes.

Oficialmente, 122 municípios fazem parte do semiárido legal, mas já são contabilizados149 os municípios que decretaram estado de emergência devido a falta de água, principalmente para o consumo humano. Entre os 27 novos municípios que enfrentam o problema, estão Ilha Grande e Cajueiro da Praia, municípios do litoral piauiense. Na zona rural dos dois municípios falta água principalmente para o consumo humano, visto que a água do subsolo é salgada. Característica que se estende também para municípios da região sul, onde a água dos poços tem um alto teor de salinidade, portanto, imprópria para o consumo.

Para amenizar os problemas, o poder público tem distribuído água através dos carros-pipa, cestas básicas, ajuda financeira e sinalizou a realização de um programa de construção de adutoras que deverão abastecer pelo menos 71 municípios do semiárido piauiense.

Na opinião do coordenador do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA) Carlos Humberto, as medidas adotadas pelo governo não resolve o drama dos piauienses que sofrem com a estiagem. “Essa é uma política que vem sendo praticada há décadas e já se comprovou que alivia a situação, mas não resolve e acabam que perpetuando o problema. Colocam como solução a construção de barragens e adutoras que recolherão milhares de litros d’água e distribuirão para as cidades. Mas ainda é uma política excludente, pois não se garante a chegada dessa água para as comunidades rurais que ainda precisam se deslocar vários quilômetros em busca de água”, disse Carlos Humberto.

O semiárido piauiense apresenta grandes potencialidades econômicas e sociais, como solos adequados para diversas práticas agropecuárias adaptadas; boa disponibilidade de água subterrânea e açudes públicos; turismo ecológico, cultural e religioso; diversas práticas artesanais; beneficiamento de frutas. No entanto não há aproveitamento para a promoção do bem estar do piauiense.

Para Carlos Humberto, a “Indústria da Seca” tem deixado a população, principalmente a rural, a mercê de políticas paliativas e de “cabresto”. E muitas vezes isso é usado como moeda de troca, condenando a população a uma dependência vergonhosa de cestas básicas e carros-pipa. Faltam políticas públicas eficientes que venham ensinar a população a conviver com a região e a adoção de tecnologias sociais de baixo custo que dê liberdade social e política a essas famílias.

Para tentar amenizar a situação dos que mais sofrem com os efeitos da seca, o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA), desde 1990, vem trabalhando com o objetivo de discutir políticas de enfrentamento dessa problemática. É uma articulação de organizações da sociedade civil que atua em prol do desenvolvimento social, econômico, político e cultural do semiárido brasileiro.

Carlos Humberto disse que o fórum trabalha para uma mudança de concepção do semiárido como região impossível de se viver e também do falso “combate à seca”, causador da dependência e passividade política. Uma mudança para a “convivência” com as condições climáticas locais, respeitando o ecossistema, visando o desenvolvimento sustentável da região através da cidadania.

Como estratégia de libertação da população do semiárido foi necessário iniciar um trabalho que garantisse água de qualidade para o consumo humano. E continua com a garantia de alimentação adequada para as famílias. Com a criação da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), em 2000, foi deliberado que o Fórum seria sua instancia estadual. Essa integração tem aproximado milhares de famílias da qualidade de vida através de iniciativas como o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), executados pelas nove entidades que compõem o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido.

Desde o início das ações do Programa de Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido foram investidos no Piauí aproximadamente 60 milhões de reais.

Continua...

Reportagem publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí no dia 15/10/2010

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fotos do Dia Nacional de Mobilização pelo Limite


Plebiscito pelo Limite da Terra, upload feito originalmente por Cáritas Piauí.

As fotografias do Dia Nacional de Mobilização pelo Limite da Terra já estão disponíveis na nossa Galeria de Fotos. É só clicar na imagem acima.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Piauí realiza Dia Nacional de Mobilização pelo Limite da Terra

Nesta quinta-feira (12) foi realizado na Praça da Liberdade, no centro de em Teresina, o Dia Nacional de Mobilização pelo Limite da Terra. Na mesma ocasião foi feito o lançamento do Plebiscito pelo Limite da Propriedade da Terra no Piauí. A ação é um convite a toda a sociedade para participar do plebiscito no período de 1 a 7 de setembro, e será simultânea em todos os estados brasileiros.

A população piauiense também foi convidada a participar de um abaixo-assinado que já circula em todos os Estados desde o início da campanha pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil. O abaixo-assinado garante o apoio da população para estabelecer no artigo 186 da Constituição Federal que, para cumprir sua Função Social, a propriedade rural terá limite máximo de 35 modulos fiscais, como forma de garantir a democratização do acesso à terra e a soberania terriotrial e alimentar.

"O abaixo-assinado é para pressionar a garantia na Constituição Brasileira o resgate da Função Social da terra, já há uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) correndo no congresso. Queremos fazer com que essa PEC avance. O plebiscito é para saber a opinião da população sobre a limitação da propriedade da terra e fazer com que o proximo presidente, ou presidenta, realize o plebiscito oficial para discutir a causa no país", explicou Hortência Mendes, Secretária Regional da Cáritas Brasileira no Piauí.

O dia 12 de agosto foi escolhido para o Dia Nacional de Mobilização em memória a Margarida Alves, ex-presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alogoa Grande, na Paraíba. Em 1983 ela foi covardemente assassinada devido as suas denúncias contra uma usina.

Além das 54 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, também promovem o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, a Assembléia Popular (AP) e o Grito dos Excluídos. O ato ainda conta com o apoio oficial das Pastorais Sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), MST, Conlutas e dos Estudantes.

POR QUE LIMITAR A PROPRIEDADE DA TERRA NO BRASIL?

• A maior parte dos alimentos da mesa do povo brasileiro vem da pequena propriedade familiar;

• 74,4% das pessoas ocupadas no campo vem da agricultura familiar, sendo que a cada 100 hectares emprega 15 pessoas;

• As empresas do agronegócio empregam apenas 1,7% pessoa em cada 100 hectares, sendo que a grande a maioria trabalham em regime de escravidão;

• As empresas estrangeiras estão comprando as terras brasileiras a baixo custo e levando as nossas riquezas para outros países e destruindo o meio ambiente...

Conheça as perguntas que estarão na cédula de votação durante o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra

1 - Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho?

2 - Você concorda que o limite das grandes propriedades de terra no Brasil possibilita aumentar a produção de alimentos saudáveis e melhorar as condições de vida no campo e na cidade?

Mariana Gonçalves, comunicadora Cáritas Brasileira Regional do Piauí

Fórum Piauiense debate políticas públicas e desenvolvimento no Semiárido


Além das ações do Fórum nos últimos anos e anúncio dos recursos disponíveis para 2010-2011, os participantes discutiram ações de desenvolvimento e impactos destas no meio ambiente.

O evento "Água, Liberdade, Cidadania e Segurança Alimentar" promovido pelo Fórum Piauiense de Convivência com o Semi-Árido reuniu na ultima terça-feira na Obra Kolping Estadual do Piauí a sociedade civil organizada, representantes de Secretarias Estaduais, Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), candidatos ao Governo, comissões municipais e beneficiados, membros de comunidades quilombolas e imprensa. Entre outros temas foram apresentados ações das entidades que compõem o Fórum nos últimos anos e anunciados recursos disponíveis para 2010-2011, os participantes discutiram ainda ações de desenvolvimento e impactos destas no meio ambiente.

O coordenador executivo do FPCSA, Carlos Humberto Campos apresentou as ações do Fórum nestes 10 anos como integrante das entidades que formam a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA-BRASIL). De acordo com Carlos Humberto desde o início das ações dos Programas de Formação e Mobilização Social Para a Convivência com o Semiárido foram investidos no Piauí aproximadamente 60 milhões de reais. Apenas no Programa Um milhão de Cisternas Rurais (P1MC) de 2000 a 2010 foram construídas 26.257 cisternas caseiras (16 mil litros), foram 135.810 pessoas diretamente atingidas em 124 municípios piauienses, um total de 5,2 milhões de reais investidos somente no Piauí.

Já com o Programa Uma Terra e Duas Águas o (P1+2) de 2007 a 2010 foram construídos 786 implementos atendendo 1.335 famílias beneficiadas com cisternas calçadão, tanques de pedra, BAPs e Barragens Subterrâneas, um total de investimento de 7,7 milhões de reais.

Agora através da parceria FPCSA, ASA Brasil, Cooperação Espanhola, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), já estão garantidos recursos para a construção de 4.255 Cisternas Caseiras, 56 Cisternas nas escolas públicas, 142 Cisternas Calçadão, 802 famílias mobilizadas e capacitadas para a boa gestão da água, 09 capacitações de professores e gestores públicos.

Além das construções serão estimulados a realização de Fundos Produtivos Solidários entre as famílias que já foram beneficiadas pelo P1+2. Serão adquiridos 48 caprinos, 315 aves e 3.000 mudas para reflorestamento que deverão ser rotacionadas entre as famílias. No encontro os participantes ouviram depoimentos de beneficiados dos Programas P1MC e P1+2 e suas experiências e expectativas.

O encontro também foi marcado com debates sobre os impactos de projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um plano do governo federal que visa estimular o crescimento da economia brasileira, através do investimento em obras de infraestrutura. A professora doutora da Universidade Federal do Piauí, Sueli Rodrigues, que iniciou o evento com uma análise sobre conjuntura do semiárido piauiense, criticou as ações do PAC alegando que as mesmas são também geradoras de problemas ambientais e para agricultura familiar.

A representante das Comunidades Quilombolas, Maria Rosalina, falou da importância do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido, não somente pelos trabalhos com as cisternas mas pelo conjunto, trabalho de conscientização política, social e gênero, mas ressaltou também a necessidade de avanço e continuidade destes trabalhos.

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA) é uma articulação de organizações da sociedade civil, que atua em prol do desenvolvimento social, econômico, político e cultural do semiárido brasileiro. O FPCSA foi criado em 1990, como Fórum da Seca com o objetivo de discutir políticas de enfrentamento dessa problemática. Em 1997 a rede foi rearticulada a partir de um novo olhar, quando recebeu a denominação de Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido. A partir daí se configura a missão de materializar os sonhos de centenas de pessoas que acreditam no seu potencial e querem melhorar as condições de vida na região.

Paula Andréas - comunicadora popular do CERAC/FPCSA/ASA Brasil