terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Caprinocultura garante o sustento de famílias piauienses


Com um jeito falador e descontraído, seu Silvio Ferreira apresenta orgulhoso a atividade que desenvolve para garantir o sustento da família. Agricultor familiar, dependia das chuvas para sobreviver, pois trabalhava na roça com o os plantios de milho e feijão.

Juntamente com 13 pequenos produtores da comunidade Borda, localizada a 14 km do município de Coronel José Dias, sudeste do Piauí, ele desenvolve a caprinocultura com apoio do Projeto Fecundação/Fundos Produtivos Solidários, fruto de um convênio entre a Cáritas Brasileira Regional do Piauí e o Banco do Nordeste (BNB).

A caprinocultura garante o sustento da maioria das 18 famílias que residem no local e, através desse convênio, os produtores familiares podem desenvolver a produção de forma planejada e coletiva, no qual os grupos têm orientações sobre a melhor forma de criação, cuidados no combate às doenças, alimentação e comercialização dos animais.

Há três anos, seu Silvio começou a atividade por iniciativa própria quando comprou oito matrizes e com o apoio da família e do Projeto Fundos Produtivos, ele se associou a outros pequenos produtores que adquiriram 16 animais (01 reprodutor, no valor de duzentos e cinquenta reais (R$ 250,00) e 15 matrizes, no valor de R$ 69,00 (sessenta e nove reais) cada, totalizando um investimento de R$ 1.685,00 (mil, seiscentos e oitenta e cinco reais), e, assim, a produção começou a crescer.

Ele conta que tinha um dinheiro e comprou as cabeças. A criação era simples, pois não tinha muita noção, já que a cultura do piauiense é o gado, mas com o projeto de Fundos Produtivos, seu Silvio pegou jeito pela atividade. Os caprinos são vendidos de acordo com a necessidade da família. Os preços variam e o valor mais alto pago é de R$ 50,00 (cinquenta reais). Os animais são geralmente vendidos para o abate.


O projeto Fundos Produtivos funciona como incentivo a produtores/as familiares de acordo com a atividade desenvolvida na região onde vivem. "Os grupos recebem apoio financeiro para a geração de renda que no prazo de carência de até dois anos deve ser devolvido integralmente através de parcelas mensais a partir da data de assinatura do contrato. Esse recurso é utilizado para investir na produção de outros grupos e famílias", explica João Evangelista, coordenador do Programa de Convivência com o Semiárido da Cáritas Brasileira Regional do Piauí.

A partir das orientações técnicas do projeto, seu Silvio passou a ter maior cuidado com os animais. "Criar bode todo mundo sabe, mas a gente não sabe o jeito certo", conta o agricultor. O saber técnico do projeto aproximou as famílias informações necessárias para melhorar a criação.

O produtor olha para o portão do aprisco e ensina um segredo aprendido com a equipe técnica. "O pé de lúvio [portão] pintado de cal, evita a frieira na criação. O povo vivia dizendo que eu era sem emprego porque participava de reuniões e encontros. Não me arrependo da fama, tudo o que aprendi foi pra melhorar minha criação", afirma.

Ele demonstra uma grande felicidade com a vida e pelo que faz. Para seu Silvio, a caprinocultura garantiu uma produção segura, tranquilidade para a família e muitas oportunidades de aprender técnicas que contribuem para uma convivência harmoniosa com o semiárido piauiense.

Texto original publicado no boletim "O Candeeiro" nº 19, por Sabrina Sousa
Edição: Mariana Gonçalves

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