sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cisterna: a alegria de ter água em casa

As cisternas são o centro das atenções na casa da família de Josefa Helena da Costa e José Conrado da Costa. Após um longo período sem água, a família comemora a construção de mais um recipiente para armazenamento de água, a cisterna calçadão, com capacidade para armazenamento de 52 mil litros.

Moradora da comunidade Morro dos Cachorros, localizada no município de Massapê, a 375 quilômetros da capital piauiense, a família é uma das beneficiadas da Cáritas Brasileira Regional do Piauí pelo Programa Uma Terra e Duas águas (P1+2) da Articulação no Semi-árido Brasileiro (ASA).

O P1+2 vem proporcionando água potável para consumo e produção agropecuária, de forma que as famílias de agricultores e agricultoras possam viver dignamente no semi-árido brasileiro.

Dona Josefa conta que sempre cultivou plantas no quintal, mas era difícil mantê-las devido à escassez de água. Em 2006, a Cáritas beneficiou a família com uma cisterna, com capacidade para armazenar 16 mil litros de água, utilizadas para beber e cozinhar, através do programa um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) da ASA.

Ela lembra que antes da cisterna ia a pé pegar água a quase 6 quilômetros de sua casa, em rios e cacimbas. A filha de dona Josefa, Edinalda Josefa da Costa, braço direito dos pais nos afazeres da roça, fala que a rotina no meio rural não é fácil e antes da cisterna, era pior.

Todos os dias, ela acordava às 6 horas, ia pegar água para a família e ia para a roça e só voltava às 11 horas para o almoço. À tarde, descansava um pouquinho e retornava para a roça e só voltava às 4 horas da tarde. Ia pegar água novamente e ia para a escola, que fica na cidade de Massapé, a 5 quilômetros da comunidade. As aulas terminavam às 10 horas da noite e ela retornava para a comunidade no carro da prefeitura. Chegava muito cansada e ia dormir para começar tudo novamente no dia seguinte.

Edinalda diz que, com a construção da cisterna, tudo mudou. E depois também a prefeitura cavou um poço tubular e, com isso, a cisterna nunca ficou seca. Ela conta que agora pode dormir mais, pois não precisa se deslocar para pegar água e, o tempo que sobrou, Edinalda utiliza para se dedicar mais à roça e aos estudos.

A comunidade tem uma nova vida com a água. Dona Josefa lembra que em épocas de seca, era ruim demais, pois a família passava o dia na roça e quando voltavam para casa não podiam tomar banho porque não tinha água. E diz que hoje eles vivem na glória, pois têm água na cisterna e energia elétrica em casa.

Seu José fala que a família só plantava legumes. Hoje eles cultivam mamão, caju, feijão, mandioca, pimenta, pimentão, cebola, banana, acerola e goiaba, além de algumas plantas medicinais como hortelã, boldo, malva.

Ele espera ansiosamente a construção da cisterna calçadão. Para seu José essa cisterna vai melhorar ainda mais a vida, porque tem muita serventia na roça e, assim, poderá diminuir os gastos com a feira da família, pois aquilo que comprava no mercado será produzido em maior quantidade na própria roça.

Casados há 34 anos, seu José e dona Josefa tiveram 07 filhos, dos quais 04 homens estão casados. Dos matrimônios vieram mais 06 pessoas para alegria da casa, entre netos e netas e noras.

Janelice Maria Conceição, nora de seu José, fala que a nova família é muito unida e todos se reúnem na casa de seu José. Ela diz que o trabalho da Cáritas trouxe uma grande alegria para a família.

Seu José vê na cisterna o início de um novo tempo, um futuro diferente para os netos e netas. Ele afirma que os filhos e filhas foram criados de um jeito e os netos e netas estão tendo uma vida mais saudável. Ele diz que a vida está melhorando com a cisterna.

Texto publicado no boletim "O Candeeiro" em julho de 2008, por Sabrina Sousa

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