Em meio às serras do município de São Raimundo Nonato, sudeste do Piauí, nasce o Assentamento Fazenda Lagoa Novo Zabelê. O assentamento fica numa área de seis mil hectares, a 12 quilômetros da zona urbana do município.
Há 11 anos, as 251 famílias que foram transferidas da área ao redor do Parque Nacional Serra da Capivara para o assentamento, ainda não possuem terra registrada e, até agora, esperam uma iniciativa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para solucionar a questão. O Parque Nacional da Serra da Capivara é um parque arqueológico com uma riqueza de vestígios que se conservaram durante milênios, acredita-se que o primeiro homem americano viveu nessas terras.
Mesmo diante da dificuldade, os moradores não deixaram se abater e tentam recomeçar suas vidas no local. Diversas iniciativas de projetos desenvolvidos pela Cáritas Diocesana de São Raimundo Nonato vem transformando, desde 2004, a vida das famílias do Novo Zabelê.
A partir de projetos como Dom Helder Câmara (PDHC), que visa desenvolver ações estruturantes para fortalecer a Reforma Agrária e a Agricultura Familiar no Semiárido nordestino, no seu Plano Operativo Anual (POA) proporcionou o registro do assentamento em 21 ações e diversas atividades nas seguintes áreas: sementes; galinha caipira; higiene, limpeza e beleza; frutas; forragem; apicultura; horta; fitoterapia e artesanato. O projeto é um acordo de empréstimo entre o Governo Brasileiro/Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrário (FIDA) que vem contribuindo para o crescimento e alegria das famílias que ali residem.
Uma atividade de destaque é a iniciativa de um grupo de 07 mulheres que trabalham com o beneficiamento de frutas nativas como umbu, caju e maracujá, além de goiaba, fruta típica do assentamento. Lucimar Rodrigues de Macêdo (responsável pela comercialização), Maria Onélia Martins (caixa de beneficiamento), Sandra da Silva Oliveira (controle de estoque), Carmelita da Silva (controle de qualidade), Maria Luciene Miranda (controle de caixa), Ana Claudia da Silva (comercialização) e Aldenora Cardoso (coordenadora) compõem a casa de beneficiamento de frutas.
Dona Maria Onélia lembra que o projeto começou com a visita de técnicos - agentes da Cáritas Diocesana ao assentamento, informando sobre os diversos projetos para a região. E como na área se planta caju, goiaba, umbu e maracujá e muitas das árvores frutíferas estavam sendo devastadas, as mulheres decidiram investir nessas frutas e assim, foram testando receitas.
No início, cada uma das mulheres trazia os produtos necessários de casa, como açúcar, panela, colher e juntas compravam o gás de cozinha. Os doces eram produzidos em uma casa, bem simples, cedida por um morador do assentamento, mas depois de dois anos, o grupo organizou uma casa para fabricação.
Em 2005, com um projeto de capital de giro, também beneficiado pelo Projeto Dom Helder, as mulheres puderam custear as despesas de luz, água e gás e também comprar os materiais necessários para a produção, como açúcar e as frutas, estas são fornecidas pelas famílias do próprio assentamento, de acordo com a safra agrícola.
Das frutas, as mulheres produzem doce, licor, geléia, rapadura, cajuína (caju), um processo de beneficiamento que vem transformando a vida do grupo.
A atividade mudou a rotina de Dona Onélia, pois antes, ela vivia no percurso da roça para casa, passava mais tempo na roça do que na comunidade. E diz que pegava sol e chuva, numa rotina intensa de trabalho pesado. Enquanto hoje, a realidade é outra, ela trabalha na sombra e conversando com as novas amigas.
Através do Plano Setorial de Qualificação (PLANSEC), programa de qualificação de grupos do Governo Federal, o grupo recebeu capacitação em diversas áreas como produção, beneficiamento, cooperativismo, divulgação, plano de negócios, certificação e meio ambiente. Hoje, as mulheres são convidadas para contar a experiência delas em intercâmbios e feiras.
Texto original publicado no boletim "O Candeeiro" nº 17, por Sabrina Sousa Edição: Mariana Gonçalves
Dona Maria Onélia lembra que o projeto começou com a visita de técnicos - agentes da Cáritas Diocesana ao assentamento, informando sobre os diversos projetos para a região. E como na área se planta caju, goiaba, umbu e maracujá e muitas das árvores frutíferas estavam sendo devastadas, as mulheres decidiram investir nessas frutas e assim, foram testando receitas.
No início, cada uma das mulheres trazia os produtos necessários de casa, como açúcar, panela, colher e juntas compravam o gás de cozinha. Os doces eram produzidos em uma casa, bem simples, cedida por um morador do assentamento, mas depois de dois anos, o grupo organizou uma casa para fabricação.
Em 2005, com um projeto de capital de giro, também beneficiado pelo Projeto Dom Helder, as mulheres puderam custear as despesas de luz, água e gás e também comprar os materiais necessários para a produção, como açúcar e as frutas, estas são fornecidas pelas famílias do próprio assentamento, de acordo com a safra agrícola.
Das frutas, as mulheres produzem doce, licor, geléia, rapadura, cajuína (caju), um processo de beneficiamento que vem transformando a vida do grupo.
A atividade mudou a rotina de Dona Onélia, pois antes, ela vivia no percurso da roça para casa, passava mais tempo na roça do que na comunidade. E diz que pegava sol e chuva, numa rotina intensa de trabalho pesado. Enquanto hoje, a realidade é outra, ela trabalha na sombra e conversando com as novas amigas.
Através do Plano Setorial de Qualificação (PLANSEC), programa de qualificação de grupos do Governo Federal, o grupo recebeu capacitação em diversas áreas como produção, beneficiamento, cooperativismo, divulgação, plano de negócios, certificação e meio ambiente. Hoje, as mulheres são convidadas para contar a experiência delas em intercâmbios e feiras.
Texto original publicado no boletim "O Candeeiro" nº 17, por Sabrina Sousa Edição: Mariana Gonçalves
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