A falta de chuvas, principalmente na região semiárida, já prejudica parte da produção agrícola no Piauí. Essa foi a informação levantada no Encontro Estadual do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA), realizado no último fim de semana, em Pedro II. Participaram do encontro representantes de 15 entidades da sociedade civil organizada, além de agricultores e agricultoras da região semiárida.
Á espera de chuvas, muitos agricultores ainda não prepararam a terra para o plantio e os poucos que se arriscaram tiveram parte ou total perda das culturas. No Encontro Estadual representantes das entidades presentes informaram que a situação já prejudica a economia de municípios como Assunção do Piauí, maior produtor de feijão do Estado.
De acordo com Caetano Silva, representante do Fórum Microrregional da região de Castelo do Piauí, com o levantamento realizado a perca da produção de feijão já chega a 85% em Assunção do Piauí. Caetano alerta ainda para uma perca não apenas econômica, mas também em termos de estrutura. “As famílias para fugir da seca se deslocam para outras regiões, como São Paulo, o que significa que outros setores também serão afetados”, diz.
Para o coordenador executivo do Fórum, Carlos Humberto, o Piauí ainda é um estado atrasado em termos de políticas públicas voltadas para a região semiárida. De acordo com ele, carros pipas e cestas básicas são medidas paliativas e não atendem as verdadeiras necessidades da população. “Nós poderíamos ter políticas públicas para essa região que evitassem que as famílias sofressem tanto com a escassez. É inadmissível que com tanto desenvolvimento tecnológico ainda se fale no Piauí e Nordeste em carro pipa e cestas básicas, isso é um atraso. Falta vontade política e sensibilidade dos governantes”, diz.
Carlos Humberto afirma que o Fórum propõe ao governo projetos de convivência com o Semiárido, que deem uma resposta de estrutura às famílias. O Fórum desenvolve na região o Programa de Mobilização Social para Convivência com o Semiárido: Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que constrói tecnologias que armazenam a água das chuvas para o consumo humano, dos animais e também para a produção de alimentos.
Paula Andreas, Comunicadora Popular do Centro Regional de Assessoria e Capacitação – CERAC/ FPCSA/ ASABrasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário