Mobilização das vítimas do rompimento da Barragem Algodões I no dia 28 de abril
A tragédia do rompimento da Barragem Algodões I completa dois anos no próximo dia 27 e para reivindicar seus direitos, as vítimas da tragédia reúnem-se nesta quinta-feira, 26, às 8h, na Praça Francisca Trindade, no centro de Teresina. Cerca de 300 pessoas devem participar da manifestação. Após a concentração, as famílias seguem para o Palácio de Karnak, onde participam, às 9h, de uma audiência com o governador Wilson Martins. Em seguida, caminham em direção ao Tribunal de Justiça para outra audiência.
A mobilização é uma iniciativa da Associação das Vítimas do Rompimento da Barragem Algodões I - AVABA, com o apoio da Cáritas Brasileira Regional do Piauí, que reivindica a garantia plena dos direitos, como indenizações e moradias, e o apoio necessário para a reconstrução dos meios de vida e dignidade das famílias. Elas não são contra a reconstrução da barragem e querem o funcionamento dela, mas isso deve ser feito dentro dos parâmetros legais e sem risco para as pessoas.
A situação das famílias
As famílias vítimas da tragédia ganharam na justiça o direito de receber uma pensão até que saia a indenização de seus prejuízos, mas foi suspensa pelo Governo do Estado e quando foi restabelecida, os aposentados e os beneficiários do Bolsa Família perderam o benefício da pensão, um direito de todas as pessoas atingidas.
Barragem Algodões I após o rompimento
As vítimas reclamam a construção de casas sem considerar as necessidades, a tradição agropastoril das famílias atingidas, além de estarem sem trabalho, não podem criar seus animais (aves, suínos, ovinos e caprinos), não podem produzir seus alimentos e, por isso, encontram-se numa situação de miséria. As famílias criticam ainda a falta de estrutura dos assentamentos agrícolas construídos para abrigar as vítimas e a falta de atenção às pessoas que perderam parentes, pois elas não receberam nenhuma atenção especial do Estado.
A realidade das famílias em Buriti dos Lopes também é preocupante, pois as Agrovilas construídas pela Defesa Civil não tem energia elétrica e nem água, além de estarem distantes dos locais de trabalho das famílias, inviabilizando a ocupação das mesmas. Também existem famílias morando de favor em locais precários, principalmente mães com bebês, alojadas em abrigos como o Colégio Agrícola do município. As mesmas já estão com prazo determinado para se retirarem.
Apoio às vítimas
A Cáritas Brasileira Regional do Piauí vem apoiando as famílias, desde o período da tragédia com o projeto de Emergências que arrecadou alimentos, produtos de limpeza e kits de dormir (colchões, colchonetes, cobertores e lençóis), além de ajuda na reconstrução das casas e assistência jurídica e psicológica. A entidade apóia a mobilização e chama a atenção da sociedade piauiense para a luta das famílias atingidas pela Barragem Algodões I, pois é necessária uma ação conjunta entre sociedade civil, governos - municipal, estadual e federal - para solucionar as problemáticas causadas pelo desastre da barragem.
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