segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Resgate histórico e debates no primeiro dia de encontro de comunicadores pelo semiárido
Um olhar sobre o semiárido piauiense na conjuntura atual é tema de Encontro Estadual no Piauí
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Evento discute Plano Estratégico de Convivência com o Semiárido
Radialistas do Piauí participam de Oficina com a temática Semiárido
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Cáritas realiza seminário para discutir solidariedade
Está prevista também na programação do seminário uma apresentação do Vigário Geral de Teresina, Padre Tony Batista, sobre o Ano da Caridade que será celebrado no ano que vem pela Arquidiocese de Teresina.
Segundo Hortência Mendes, secretária regional da Cáritas Brasileira, o evento reunirá as comunidades de Teresina e do interior que são atendidas pelos planos de emergência da Cáritas para debater o tema. “O tema deste ano da Semana da Solidariedade busca trazer uma reflexão sobre o nosso olhar principalmente frente às mudanças climáticas e as conseqüências dessas para as populações mais vulneráveis, que sofrem mais com as enchentes, terremotos e outras catástrofes que acontecem pelo mundo”, explica.
A Semana da Solidariedade é celebrada todos os anos pela Cáritas Brasileira no período de 05 a 12 de novembro. São diferentes iniciativas que acontecem em todo o país a partir das comunidades, paróquias, dioceses e regionais. Com o tema "Solidariedade: qual o nosso olhar?", a Cáritas convida todas as pessoas a voltar o olhar sobre quem somos e reafirmarmos nossa identidade como parte da construção de uma sociedade justa, igualitária e plural.
As questões climáticas e a vida no planeta
Nas ultimas décadas, cresceu na sociedade a consciência sobre a situação do meio ambiente e a ameaça à vida no planta. Apesar de ser algo perceptível em todos os países, existe um fosso profundo entre as questões ambientais e o modelo de desenvolvimento em vigor no mundo.
Segundo Carlos Humberto Campos, sociólogo da Cáritas, essa discussão se faz necessária para avaliarmos os caminhos de desenvolvimento que escolhemos, o qual possibilitou uma vida confortável para boa parte da população, mas requer que seja amplamente repensado. O desafio hoje é vivenciar uma nova construção de Vida. “Essa nova vida exige um modelo de desenvolvimento que denominamos de Solidariedade e Sustentabilidade. Essa construção implica em profundas mudanças de atitudes – pessoais e coletivas – sobretudo na maneira de se relacionar com as pessoas, a natureza e o mercado de consumo”, explica.
De acordo com o sociólogo, toda essa modificação do espaço natural através de atividades não sustentáveis gera um desequilíbrio ecológico que leva à modificação do clima. “Por isso, é imprescindível que repensemos nossos modos de produção e consumo, pois não dispomos de um Planeta B”, ressalta. P o sociólogo, o rumo a ser tomado de agora em diante é a busca de um modelo que seja próximo ao modo de vida das populações tradicionais.
“As populações tradicionais têm mostrado uma visão alternativa de sociedade que busca construir um modelo de vida que tenha como base a solidariedade para o desenvolvimento sustentável. Tudo isso, porem, está relacionado com um compromisso ético-político que contribui para a inclusão de todas as pessoas indistintamente, a uma visão de mundo que rompe com a concepção utilitarista de meio ambiente e que expressa um novo conceito de relação de poder capaz de superar todas as desigualdades e destruição da vida”, finaliza.
Programação:
12 de novembro 2010
07h – Missa comemorativa dos 54 anos da Cáritas Brasileira e café da manhã comunitário
09h – Seminário:
• Solidariedade e Mudanças Climáticas – Luís Cláudio ‘Mandela’, secretariado nacional da Cáritas
• Ano da Caridade – Padre Tony Batista, Vigário Geral da Arquidiocese de Teresina
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Oficina para radialistas debate convivência com o semiárido no Piauí
A Articulação no Semiárido Brasileiro, Asa Brasil, vai realizar nos dias 17 a 19 de novembro, em Picos, a Oficina Estadual de Radialistas pelo Semiárido. O objetivo da oficina é sensibilizar os radialistas para a importância da comunicação na divulgação de ações de convivência com o Semiárido. Será uma oportunidade também de aproximar comunicadores(as) populares ligados às organizações da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) e radialistas que trabalham na região semiárida piauiense.
A oficina terá um público de 25 pessoas, entre comunicadores populares, pessoas que trabalham com a comunicação nas entidades que desenvolvem o Programa Um Milhão de Cisternas Rurais, radialistas que atuam na região semiárida e membros da Assessoria de Comunicação da Asa Brasil (Asacom).
Na oportunidade haverá uma apresentação da ASA com breve explanação do que é a Articulação e do trabalho que vem sendo feito no Semiárido. Os participantes conhecerão também o trabalho da AsaCom e sua estratégia de comunicação.
Visitas para conhecer experiência de convivência com o semiárido serão realizadas, elas serão a base para o desenvolvimento dos trabalhos. Os participantes vão praticar roteiros para rádios, elaborar peças radiofônicas, como spots, programetes ou radionovelas, com a temática voltada ao que viram nas propriedades visitadas.
A oficina está sendo promovida pela ASA, em parceria com a Cáritas Regional do Piauí. Esta atividade,faz parte de um conjunto de seis oficinas que serão também realizadas nos estados da Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Alagoas. Essas oficinas estão previstas dentro do projeto entre a ASA e a Cooperação Espanhola.
Programação:
17 de novembro
8h - Acolhida e apresentação dos participantes
Apresentação da oficina
Debate: Convivência com o Semiárido
12h - Intervalo almoço
14h - Continuação do debate sobre Convivência com o Semiárido
Preparação das visitas
Preparação de entrevistas e roteiros
18h - Jantar
19h - Cinema com pipoca e roda de diálogos
18 de novembro
6h30 - Saída para as visitas
11h - Retorno
12h - Almoço
14h - Produção e gravação dos materiais radiofônico
19h - Jantar com noite cultural
19 de novembro
8h - Apresentação das peças
Debate sobre Radio e Convivência com o Semiárido
12h - Almoço
14h - Avaliação e encerramento
Paula Andréas, comunicadora popular CERAC/ FPCSA/ ASA Brasil
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Diocese de Picos aborda Segurança no Trânsito na Semana da Solidariedade 2010
A Cáritas Brasileira empreende de 5 a 12 de novembro ações voltadas para a Semana da Solidariedade, onde através de iniciativas que se materializam nas comunidades, paróquias, dioceses e regionais reafirma o seu interesse na construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural.
O objetivo da semana é estimular a sociedade para uma cultura solidária, levando em conta a marca de dom Hélder Câmara, com a orientação sobre "SOLIDARIEDADE: Qual o nosso olhar?".
No âmbito nacional, a campanha será voltada para a questão das mudanças climáticas. A Cáritas Diocesana de Picos, tendo em vista as necessidades locais, reuniu seus esforços para falar sobre o Trânsito, propondo refletir sobre esta realidade, discutir soluções e cultivar boas iniciativas que gerem solidariedade, respeito à sinalização, às leis de trânsito e a principalmente respeito à fragilidade da própria vida.
Estatísticas revelam a violência no trânsito a partir de dados obtidos pelo Hospital Regional Justino Luz, que atende vítimas de Picos e da macrorregião, bem como do SAMU, que é acionado para o salvamento de vítimas com vida em acidentes ocorridos na cidade.
Entre março e agosto deste ano o HRJL realizou o atendimento de 1.245 vítimas de acidente, destes, 194 sofreram politraumatismo, incluindo 16 mortes. 218 sofreram fraturas, 433 passaram pelo procedimento de sutura e 400 tiveram escoriações.
Dados do SAMU também denotam esta realidade, entre julho de 2006 e setembro deste ano, 1.830 vítimas foram atendidas por acidente de moto, 285 por acidentes de carro, que totaliza 2.115 atendimentos por acidente no trânsito, incluindo 243 óbitos.
Acima de estatísticas e números, são vidas que se perdem causadas por algum tipo de imprudência, seja o abuso na velocidade, muitas vezes combinado com álcool, o desrespeito às leis e sinalização, ou até mesmo a falta de sinais que informem os perigos da estrada. Além das vítimas que causam os próprios acidentes, existem também aquelas que sofrem com a imprudência dos outros condutores.
Motivada por essas e outras situações, a Cáritas Diocesana de Picos vivência esta semana refletindo, "Solidariedade no Trânsito: Qual o nosso olhar?" E convida toda comunidade, condutores, pedestres, famílias que já perderam pessoas vítimas de acidente, meios de comunicação e autoridades, para juntos efetivarem ações no sentido de melhorar o trânsito e preservar a vida.
Confira a programação abaixo:
05/11 - Sexta-Feira
06h00 Missa de abertura na Igreja Sagrado Coração de Jesus
08h00 Distribuição de folders em Picos e demais municípios da Diocese
12h00 Entrevista na TV Picos
18h00 Visita às Universidades UFPI e UESPI
06/11- Sábado
12h00 Debate sobre o trânsito em Picos na Rádio Cidade Modelo FM, com a Cáritas e instituições responsáveis.
19h00 Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vítimas no trânsito - Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Bairro Ipueiras (Próximo ao SAMU)
07/11- Domingo
07h00 Participação no Programa Vida Missionária na Rádio Educativa de Picos, Cultura FM.
16h00 Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vítimas do trânsito na Igreja São João Batista - Conjunto Petrônio Portela - COHAB.
08/11 - Segunda-Feira
08h00 Visita às escolas públicas de Picos
10h00 Mesa Redonda "Humanização do Trânsito: Qual o nosso olhar?" com autoridades do trânsito e Ministério Público na Rádio Educativa de Picos Cultura FM.
16h00 Visita à Faculdade R.SÁ e IFPI
09/11 - Terça-Feira
08h00 Visita às escolas particulares de Picos
12h00 Entrevista na Rádio Difusora AM
19h30 Encontro com as famílias e condutores de veículos sobre vítimas no trânsito no Salão Paroquial da Catedral de Picos.
10/11 - Quarta-Feira
06h30 Reprise da entrevista na Radio Difusora AM na Rádio Liderança FM
12h00 Entrevista na Rádio Nordeste AM
11/11 - Quinta-Feira
19h00 Palestra em parceria com o Detran-PI sobre orientações no trânsito - Igreja São Francisco de Assis - Bairro Junco
12/12- Sexta-Feira
06h00 Missa na Rádio Educativa de Picos Cultura FM
18h00 Carreata e Caminhada saindo da Praça Dr. Antenor Neiva (em frente ao Hospital Regional) com destino à Catedral Nossa Senhora dos Remédios, encerrando com Missa e Bênção dos veículos.
Lana Krisna - Pascom - Diocese de Picos
Semana da Solidariedade inicia com atividade em escola da rede pública
A Cáritas Brasileira Regional do Piauí promoverá uma atividade de conscientização ambiental na manhã desta sexta-feira (05) para os alunos da Escola Municipal Roberto Cerqueira Dantas, no bairro Monte Verde. A atividade que acontecerá a partir das 10h, dá início à Semana da Solidariedade, promovida todos os anos pela Cáritas Brasileira.
As atividades acontecerão a partir de teatro de bonecos e brincadeiras, e finalizará com uma ação de reflorestamento ao redor da escola. Será disponibilizada uma muda para cada turma, a qual deverá eleger o guardião da árvore e cuidar dela durante todo o ano.
Todos os anos, a Cáritas Brasileira dedica uma semana no mês de Novembro para o diálogo acerca da Solidariedade. De 05 a 12 de novembro diferentes iniciativas que acontecem em todo o país a partir das comunidades, paróquias, dioceses e regionais. Com o tema “Solidariedade: qual o nosso olhar?”, a Cáritas convida a todas as pessoas a voltar o olhar sobre quem somos e reafirmarmos nossa identidade como parte da construção de uma sociedade justa, igualitária e plural.
“Entrando já em diálogo com a Campanha da Fraternidade de 2011 que tem como tema meio ambiente, a Semana da Solidariedade incentiva a reflexão a partir das alterações climáticas e da vida no planeta. A proposta é fazer essa reflexão voltada para os efeitos nas comunidades mais vulneráveis, as quais sofrem mais quando ocorrem catástrofes naturais”, explica Hortência Mendes, Secretária Regional da Cáritas.
Programação Estadual:
Teresina:
05/11 – 10h às 12h – Atividades de conscientização ambiental na escola municipal Roberto Cerqueira Dantas no Bairro Monte Verde. Finaliza com uma ação de reflorestamento com os alunos.
06/11 – 07h às 12h – Visita missionária com o voluntariado na comunidade Pulsazeiro, município de Nazária. Atividades: agroecologia, preparo da terra, plantio e almoço comunitário.
12/11 – 07h – Missa em ação de Graças na Igreja do Centro Pastoral Paulo VI.
8h30 – Café da manhã comunitário.
9h – Seminário:
- Solidariedade e Mudanças Climáticas: causas, efeitos e como enfrentar os problemas – Luís Claudio “Mandela” – Secretariado Nacional da Cáritas Brasileira
- Ano da Caridade – Padre Tony Batista – Vigário Geral da Arquidiocese de Teresina
Campo Maior:
12/11 - Manhã: Celebração Eucarística na Assembleía Diocesana de Pastoral.
12 e 13/11 - noite - Feira de Produtos da Economia popular Solidária.
Bom Jesus
Durante a semana de 05 a 12/11 - Palestras nas escolas públicas sobre Meio Ambiente e Solidariedade.
Parnaíba – Durante todo o mês de novembro - Oficina de Rádio e Encontro sobre Solidariedade.
Floriano:
04 e 05/11 - Encontro dos grupos de Economia Popular Solidaria.
Picos:
Na semana deste ano, a Diocese de Picos irá abordar a Solidariedade no Trânsito
05/11 - Abertura - Missa na Rádio Cultura FM e distribuição de folders na avenidas principais de Picos - 06h
06/11 - Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vitimas do trânsito – 19h
07/11 - Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vitimas do trânsito – 16h
08/11 - Visitas as Universidades, escolas públicas – 08h
- Mesa Redonda: “Humanização do Transito: qual nosso olhar?” – 10h
09/11 – Encontro com famílias e condutores de veículos sobre vitimas do trânsito – 19h30
11/11 – Palestra em parceria com o Detran – PI sobre orientações no transito – 19h
12/11 - Caminhada da Vida no Trânsito e benção dos veículos – 06h
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Meio milhão de pessoas vota a favor da limitação da propriedade de terra no país
O Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo entregou ontem (19 de outubro) à sociedade brasileira o resultado do Plebiscito Popular sobre o Limite da Propriedade, realizado de 1º a 12 de setembro. Participaram deste plebiscito 519.623 pessoas, em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal. Só não participaram do mesmo, Santa Catarina, Amapá e Acre que optaram por fazer o abaixo-assinado, somente. Eram admitidas à votação pessoas acima de 16 anos, portanto em condições de votar.
Duas foram as perguntas formuladas às quais se devia responder sim ou não. A primeira: “Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil, devem ter um limite máximo de tamanho?”. A segunda: “Você concorda que o limite das grandes propriedades de terra no Brasil possibilita aumentar a produção de alimentos saudáveis e melhorar as condições de vida no campo e na cidade?”.
95,52% (495.424) responderam afirmativamente à primeira pergunta, 3,52% (18.223), negativamente, 0,63% foram votos em branco e 0,34%, votos nulos. Em relação à segunda pergunta os que responderam sim foram 94,39% (489.666), 4,27% (22.158) responderam não, 0,89 % foram votos em branco e 0,45%, votos nulos.
Segundo o Fórum, o fato de mais de meio milhão de pessoas se posicionarem afirmativamente em relação à necessidade e à conveniência de se colocar um limite à propriedade da terra, é um indicador expressivo de que a sociedade brasileira vê a proposta como adequada. É uma amostragem do que pensa boa parcela do povo brasileiro. As pesquisas de opinião ouvem duas ou três mil pessoas e seus dados são apresentados como a expressão da vontade da sociedade.
Dados do Piauí – No Estado a votação também congregou uma quantidade significativa de votos. Foram cerca de 22.500 votos em todas as regiões do Estado, o correspondente a 4,3% do total de votos do país. Do total de votos do Piauí, 98,2% das pessoas foram a favor da limitação da propriedade rural, 1,4% foram contrárias à qualquer tipo de limitação e 0,4% dos votos foram brancos ou nulos.
Votos por região do Estado:
Teresina: 13.369 em 16 municípios;
Picos: 3.157 em 19 municípios;
Parnaíba: 1.870 em 08 municípios;
Floriano: 1.159 em 08 municípios;
Bom Jesus: 1.113 em 08 municípios;
Campo Maior: 396 em 05 municípios;
São Raimundo Nonato 1.237 em 04 municípios.
O plebiscito – Criada em 2000 pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA), a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra: em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar, é uma ação de conscientização e mobilização da sociedade brasileira para incluir na Constituição Federal um novo inciso que limite às propriedades rurais em 35 módulos fiscais. Áreas acima dos 35 módulos seriam automaticamente incorporadas ao patrimônio público.
A introdução desta medida resultaria numa disponibilidade imediata de mais de 200 milhões de hectares de terra para as famílias acampadas, sem despender recursos públicos para a indenização dos proprietários. Esses recursos são hoje gastos em processos desapropriatórios e que poderiam ser empregados no apoio à infra-estrutura, ao crédito subsidiado e à assistência técnica para os assentamentos.
De acordo com os últimos dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) em 2006, no Brasil, 2,8% das propriedades rurais são latifúndios e ocupam mais da metade de extensão territorial agricultável do país (56,7%). Em contrapartida as pequenas propriedades representam 62,2% dos imóveis e ocupam apenas 7,9% da área total.
Vale lembrar que mais de 70% dos alimentos produzidos para os brasileiros provém da agricultura camponesa, uma vez que a lógica econômica agrária tem como base a exportação, principalmente da soja, da cana-de-açúcar e do eucalipto. O Brasil tem a segunda maior concentração da propriedade fundiária do planeta.
Além da geração de empregos no campo que poderá aumentar. Segundo do Senso Agropecuário de 2006 do IBGE, 74,4% das pessoas ocupadas no campo vem da agricultura familiar, sendo que a cada 100 hectares emprega 15 pessoas. As empresas do agronegócio empregam apenas 1,7% pessoa em cada 100 hectares, sendo que a grande a maioria trabalham em regime de escravidão.
Estrutura Fundiária do Piauí – O Piauí é um dos estados que possui uma das maiores concentrações fundiárias do país. Os imóveis classificados como “Grandes Propriedades” representam apenas 2,29% do total de imóveis rurais, mas ocupam uma área equivalente a 53,01% do total de hectares do Estado. No país, esse percentual fica em torno de 3% do total das propriedades rurais do país que são latifúndios, ou seja, tem mais de mil hectares e ocupam 56,7% das terras agricultáveis. Os números preocupantes constam no Atlas Fundiário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Ao todo são 2.814 imóveis cadastrados pelo Instituto, sendo que somente 237 são considerados produtivos, ou seja, 2.577 não atingem os índices de produtividade. Os imóveis classificados como Minifúndios representam 67,11% dos imóveis rurais, no entanto, ocupam apenas 9,77% do total da área em hectares.
Já outro nó econômico da questão fundiária no país está na improdutividade das terras. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) considera que 62,4% da área do total dos imóveis rurais no país são improdutivas. No Piauí, esse percentual chega a 49,54%, de acordo com os dados do Incra.
Grande parte das grandes propriedades é mantida por conta da especulação imobiliária. Isso acontece porque a terra tem importância por seu valor de mercado. Se ganha produzindo em uma propriedade rural, mas também se ganha deixando-a parada, esperando a especulação imobiliária cumprir seu papel aumentando o valor do hectare.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Nosso jornal impresso versão online
Boa leitura!
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Solidariedade e Meio Ambiente
Estamos colhendo hoje o que plantamos na nossa história humana na face da terra. Sobretudo a partir da revolução dos últimos quatro séculos. A humanidade, movida pela racionalidade da técnica e da ciência, construiu o mundo que habitamos, trazendo para nós todos os confortos que ela nos pode oferecer. Vivemos bem, muitíssimo bem! Entretanto, o mundo do progresso ilimitado, do absoluto da técnica e da ciência, hoje tem dificuldades de sustentar seu próprio discurso e prática.
O mito da solução dos problemas criados pela técnica e pela ciência através da própria técnica e ciência, hoje não tem sustentação. Nós esbarramos nos limites da nossa morada, do nosso planeta, que tem sua própria lógica, da qual nós somos parte e não senhores. Nossas reflexões e atitudes em relação à Ecologia, são periféricas, não atingem a questão central dos problemas ambientais e sociais. Mas, quando o olhar se volta para o coração do problema, então temos um horizonte de pavor.
O mundo muda e observar suas mudanças às vezes é simples, às vezes é extremamente complexo. Há bem pouco tempo não ouvíamos falar em Aquecimento Global, na questão Ecológica, na Biodiversidade, na crise Civilizatória. Nossos grandes problemas e desafios eram apenas de ordem social, mas o progresso era inquestionável. A qualquer custo tínhamos que progredir. Não se trata aqui de procurar o que há de pior no mundo, mas de refletir e reconhecer que pessoas e a natureza, hoje, já sofrem as conseqüências do modelo de desenvolvimento e do tão sonhado progresso escolhido por aqueles que dirigem a humanidade.
Citamos apenas as questões – chave para visualizarmos melhor o mundo atual em que vivemos:
1. A QUESTÃO DA ÁGUA – Hoje, cerca de 1,2 bilhão de pessoas no mundo não tem um copo de água potável para beber. Aproximadamente 4 mil crianças morrem por dia por doenças veiculadas pela água;
2. A QUESTÃO DA TERRA – Os solos ocupados hoje por agricultura estão em cerca de 1,5 bilhão de hectares. Continentes inteiros como África, Ásia e Europa não tem mais solos a serem ocupados, a não ser ocupando áreas de riscos. A América Latina ainda teria solos a serem ocupados pela agricultura, mas isso significa devastar mais ainda os cerrados, a Amazônia e a caatinga. Portanto, essa realidade significa que a humanidade terá que buscar alternativas para conviver com os solos que têm hoje para saciar aproximadamente os nove bilhões de pessoas que deverão estar na face da terra em 2050.
3. A PERDA DA BIODIVERSIDADE – Só os vegetais são capazes de produzir seu próprio alimento através da fotossíntese. Nós, humanos, somos capazes de manejar nossos alimentos, mas não de produzir a matéria prima que necessitamos para se alimentar. À medida que as florestas vão sendo devastadas, há um empobrecimento vegetal, animal e diminuição de disponibilidade das águas. Por conseqüência ocorre o empobrecimento da variedade, das cores, dos sabores, da nutrição, ou seja, toda cadeia que sustenta a vida.
4. AQUECIMENTO GLOBAL – A emissão constante de gases na atmosfera, originados principalmente pela queima de combustíveis fósseis, modificou o invólucro da terra chamado atmosfera. Hoje, a Terra está doente e necessitando de cuidados.
5. MODELO DE DESENVOLVIMENTO – A humanidade fez uma opção de desenvolvimento que agride a vida e exalta a dimensão econômica, que se sobrepões às outras dimensões da vida humana e as condiciona. Um modelo baseado na depredação, exploração e acumulação.
Diante da crise ecológica, fruto da crise civilizatória, qual é o nosso papel? Quais os grandes desafios? Temos que mudar de atitudes e romper com o modelo de desenvolvimento que acumula riquezas, explora as pessoas e depreda a natureza. O mundo do capital consumista soube legalizar seus pressupostos. Então, para muitos, basta executar as regras do mercado, obedecer à sua ética, legalizada, para obter tudo que buscam. O MUNDO ESPECULATIVO É UMA FORMA DE OBTER FORTUNAS SEM ONERAR A CONSCIÊNCIA.
A depredação da natureza, através das madeireiras, carvoarias, biopirataria, agronegócio etc, é outra forma de agredir o espírito da vida. Tem muita gente que se pretende ético e justo usufruindo o mundo da especulação, da exploração, da depredação da natureza e da acumulação. Essas posturas carregam em si bases éticas e morais profundamente questionáveis diante das exigências de uma nova maneira de se relacionar com o meio em que vivemos. Pois, a crise ambiental provocada pelo “progresso humano” coloca para a humanidade contemporânea o desafio de se vivenciar uma nova ESPIRITUALIDADE DA VIDA. Essa nova Espiritualidade, que denominamos SOLIDARIEDADE ECOLÓGICA, implica em profundas mudanças de atitudes, pessoais e coletivas, sobretudo, na maneira de cuidar e de se relacionar com as pessoas, a natureza e o mercado.
Por isso, a salvação da humanidade e do planeta Terra, passa por uma outra lógica, a prática da SOLIDARIEDADE ECOLÓGICA”. Baseada na solidariedade humana, tem sensibilidade com a justiça e respeito pela criação, sabe que essa sensibilidade é também um dom do espírito que paira sobre todas as vidas e pessoas e sopra onde quer. Na ação solidária com a Terra, reside a possibilidade de prosperidade da humanidade.
Carlos Humberto Campos - Sociólogo e Assessor da Cáritas Brasileira Regional Piauí
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Componha o Hino da Romaria da Terra e da Água do Piauí
Veja o Regulamento e participe!
Participe da confecção do Cartaz da Romaria da Terra e da Água 2011
Veja o Regulamento e participe!
Consciente Coletivo - Episódio 02
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Desenhos abordam sustentabilidade
O projeto Consciente Coletivo é uma parceria do Instituto Akatu, Canal Futura e HP do Brasil. São cinco episódios que serão postados aqui para acesso dos nossos leitores.
Consciente Coletivo - Episódio 01
Festival do Sorvete da Pastoral do Migrante
A Pastoral do Migrante promove acolhida, orientação, interação social e eclesial junto a pessoas migrantes, diminuindo os impactos negativos da migração na sociedade. No Piauí, o serviço tem atuado na combate e prevenção à migração forçada e ao trabalho escravo.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Agenda Out/ Nov
25/10 – Reunião do Conselho Regional da Cáritas
26 a 28/10 – Retiro espiritual dos Agentes Cáritas do Piauí
05 a 12/11 – Semana da Solidariedade
18 a 20/11 – Oficina Estadual de Radialistas do Semiárido
24 e 25 – Fórum Nacional da Cáritas Brasileira
Desenvolvimento Solidário e Sustentavel: é preciso repensar nosso modo de vida
Para discutir o assunto dentro da perspectiva de construção em Rede, a Cáritas Brasileira Regional do Piauí realizou nos dias 23 e 24 de setembro o I Seminário Desenvolvimento Solidário Sustentável – Territorial. O evento reuniu agentes de todo o Piauí e apresentou propostas de sustentabilidade aliada à organização participativa. O evento contou também com a participação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e de Jaime Conrado, assessor da Cáritas Brasileira Regional do Maranhão, que representou o Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Solidário Sustentável - Territorial.
Segundo Carlos Humberto Campos, sociólogo, essa discussão se faz necessária para avaliarmos os caminhos de desenvolvimento que escolhemos, o qual possibilitou uma vida confortável para boa parte da população, mas requer que seja amplamente repensado. O desafio hoje é vivenciar uma nova construção de Vida. “Essa nova vida exige um modelo de desenvolvimento que denominamos de Solidariedade e Sustentabilidade. Essa construção implica em profundas mudanças de atitudes – pessoais e coletivas – sobretudo na maneira de se relacionar com as pessoas, a natureza e o mercado de consumo”, explica.
No Piauí, diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) tem incentivado experiências de plantio agroecológico, reciclagem de materiais, mobilização para garantia de direitos e prática da Economia Popular Solidária e outras alternativas que possibilitem a discussão sobre a produção com visão na preservação do meio ambiente.
Uma experiência é a produção do Algodão Orgânico no município de Paulistana, apresentada pela ONG Centro de Estudos Ligados a Técnicas Alternativas (CELTA). As famílias agricultoras plantam o algodão sem uso de agrotóxicos e consorciado com outras culturas como o gergelim, o sorgo e a leucena. Na ultima safra, as famílias colheram 20 toneladas de algodão e cerca de 15 toneladas de gergelim.
O Movimento Quilombola apresentou algumas experiências de mobilização social para a garantia de direitos das populações tradicionais. Muitos quilombos do Estado tem sofrido com a intervenção das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê a desapropriação de algumas terras. Segundo Antônio Bispo, representante do movimento, para muitas comunidades que tem uma relação intima com a terra e o local onde sempre viveram, direitos tem sido negados, deixando as famílias a mercê da própria sorte.
Dentro dessa perspectiva de rede, a Cáritas Brasileira Regional do Piauí, os agentes avaliou as ações já realizadas e formula novas propostas. Como avanços, foram apontados a maior organização das comunidades e grupos em associações, cooperativas e redes; conscientização da população e aproximação das instituições parceiras na proposta de Desenvolvimento Sustentável através da Economia Solidária, com destaque para os projetos de Fundos Rotativos Solidários apoiados pelo BNB.
Como desafios a serem superados, a Cáritas e as diversas organizações ainda tem que transpassar a barreira da sustentabilidade institucional, a burocracia de acesso aos recursos públicos, a divulgação de ações e formação através da comunicação, buscando o comprometimento de todas as pessoas para a proposta.
Segundo Hortência Mendes, secretária regional, a sustentabilidade que a Cáritas defende vai além do economicismo e se sustenta nas ações solidárias. “A Solidariedade é aquela concebida como fonte de abrigo e segurança que cria sentimento de pertença e nos torna pessoas aptas a vivermos com dignidade mesmo diante de situações adversas”, afirma a secretária.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Inscrições para o Prêmio Odair Firmino seguem até dia 20 de outubro
Estarão habilitadas a participar organizações sociais, associações, entidades, grupos comunitários, de abrangência local, que promovam ações produtivas ou extrativistas de promoção e recuperação da biodiversidade; garantam o protagonismo de pessoas excluídas; participação na construção e controle social de políticas públicas.
O prêmio busca também incentivar a formação de novas e recompensar experiências coletivas e solidárias de atividades produtivas que promovam a diversidade das culturas locais e das identidades, com atenção para as questões de gênero, raça, etnia e geração. Além de reconhecer experiências de reciclagem de resíduos sólidos, consumo ético e solidário na perspectiva do Desenvolvimento Solidário, Sustentável - Territorial.
As três experiências vencedoras, vão receber, respectivamente: primeiro lugar - R$ 10 mil; segundo - R$ 5 mil; e, terceiro - R$ 3 mil. As inscrições serão gratuitas e podem ser feitas via internet pelo blog www.premioodairfirmino.wordpress.com. Os projetos deverão ser enviados para o e-mail premioodairfirmino@caritas.org.br. O regulamento está disponível no blog ou no site da Cáritas: www.caritas.org.br.
Tecnologias sociais e agroecologia são temas de encontro no Piauí
No encontro foi realizada uma análise da potencialidade produtiva no semiárido e a contribuição dos programas na construção da idéia de que as comunidades rurais podem ser vistas como potencialidades. Para o coordenador da ASA no Piauí, Carlos Humberto Campos, os Programas de Convivência com o Semiárido, avançam no sentido de melhorar as condições produtivas nestas comunidades, através de investimento em infra-estrutura, tecnologias sociais e propostas agroecológicas.
As tecnologias sociais vêm sanar as vulnerabilidades advindas com a falta de água para o consumo humano e produção de alimento nas comunidades rurais do semiárido. No Piauí, são quase 136 mil famílias beneficiadas com as cisternas de 16 mil litros do P1MC e mais de 6 mil pessoas beneficiadas com as tecnologias Cisternas Calçadão, Tanque de Pedra e Barragens Subterrâneas do P1+2.
Uma palestra sobre agroecologia fez um levantamento das iniciativas agroecológicas no Piauí e as vantagens da prática sustentável. Dentro da dinâmica do P1+2 as famílias são incentivadas a praticarem a agricultura orgânica, conhecerem os desafios e as vantagens deste modelo de agricultura para um Desenvolvimento Solidário Sustentável – Territorial.
Comissões municipais avaliam P1+2
No dia 28 de setembro, a Cáritas Brasileira Regional do Piauí realizou o III Encontro Territorial do Programa Uma Terra e Duas Águas. O evento que aconteceu no Centro de Treinamento Diocesano de Picos, reuniu as comissões municipais, agricultores e agricultoras para avaliar as ações.
Durante as discussões, as pessoas participantes reafirmaram a importância da continuidade dos programas da ASA Brasil para a garantia de água para o consumo humano e para a produção de alimentos, o que tem melhorado a qualidade de vida das famílias. Além disso, avaliaram o encontro como um espaço importante para a troca de experiências entre as comissões municipais e busca de soluções conjuntas. Foi abordada também a importância da valorização do voluntariado, pois as comissões municipais são compostas por voluntários que buscam o bem estar das famílias do semiárido.
No evento foi iniciada a discussão de rearticulação dos Fóruns Microrregionais de Convivência com o Semiárido, os quais congregam cidades mais próximas para a articulação de políticas públicas e garantia de direitos. Segundo João Evangelista, coordenador do P1+2 pela Cáritas Brasileira Regional do Piauí, a reorganização dos Fóruns Microrregionais é decisivo para a construção do Plano Estadual de Convivência com o Semiárido, que é uma das metas do FPCSA para os próximos anos. O plano deverá contemplar as particularidades locais (ambientais, econômicas e sociais) de cada região do Piauí com vistas para o Desenvolvimento Sustentável.
Colaboração: Paula Andréas, comunicadora FPCSA
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
I Seminário de Desenvolvimento Solidário Sustentável – Territorial
Segundo Carlos Humberto Campos, sociólogo da Cáritas, essa discussão se faz necessária para discutirmos os caminhos de desenvolvimento que escolhemos há anos, o qual possibilitou um modo de vida confortável para boa parte da população, mas que hoje requer que seja amplamente repensado. “Vivemos bem, muitíssimo bem! Entretanto, o mundo do progresso ilimitado tem dificuldades de sustentar seu próprio discurso e prática. A humanidade fez uma opção de desenvolvimento que agride a vida e exalta a dimensão econômica, o lucro sem medida, que sobrepõe às outras dimensões da vida humana”, ressalta.
Para ele, a crise ambiental provocada pelo “progresso humano”, que ameaça a destruição da Terra, coloca para a humanidade contemporânea o desafio de se vivenciar uma nova construção de vida. “Essa nova vida exige um modelo de desenvolvimento que denominamos de Solidariedade e Sustentabilidade. Essa construção implica em profundas mudanças de atitudes, pessoais e coletivas, sobretudo na maneira de se relacionar com as pessoas, a natureza e o mercado de consumo”, explica o sociólogo.
Se trata de uma proposta de Desenvolvimento Diferenciado, porém integrativa das cinco dimensões da existência humana: Ambiental, Econômica, Política, Social e Cultural. “Eis o grande desafio. Somos convocados, através desse seminário a refletir, construir e encaminhar propostas a partir de novos saberes forjados nas experiências já realizadas”, finaliza.
Programação
DIA 23/09/10
7h – CHEGADA E CREDENCIAMENTO
9h – Mística e espiritualidade
9h30 – Apresentação dos participantes, objetivos e programação
10h – Intervalo
10h30 – Mesa Temática:
- Dialogando sobre os conceitos e conjuntura da atual política de desenvolvimento – GT Nacional da Cáritas Brasileira
- Os impactos dos grandes projetos desenvolvimentistas no Piauí - Antonio Bispo/ Movimento Quilombola
11h30 – Participação da plenária
12h – Almoço
14h – Dialogando sobre experiências de desenvolvimento:
1. Experiência do resgate da cultura do Algodão na região de Paulistana (CELTA)
2. Experiências da Política de Desenvolvimento do BNB
3. A experiência do Projeto Fecundação – Cáritas Brasileira Regional do Piauí
15h40 – Intervalo
16h – Trabalho de grupo: Aprofundamento dos conceitos de DSS-T a partir da conjuntura e das experiências, tendo como pano de fundo os Programas de ações.
GRUPO 01 – EPS
GRUPO 02 – SEMIÁRIDO
GRUPO 03 – EMERGÊNCIA
GRUPO 04 – PIAJ
GRUPO 05 – POLÍTICAS PÚBLICAS E MOBILIZAÇÕES SOCIAIS.
Questões orientadoras:
1. Situar a partir dos conteúdos/realidade o conceito de DSS-T para embasar as ações da Caritas
2. Qual deve ser o foco principal para política de DSS-T no Regional?
3. Como trabalhar as relações de gênero, geração e etnia no contexto de DSST?
17h15 – Socialização dos grupos
19h – Jantar de confraternização
DIA 24/09/10
07h30 – Café
08h – Mística
08h20 – Apresentação de vídeo – Dialogando sobre o conceito de DSS-T na Ação da Cáritas/Regional Piauí
09h – Trabalho de grupo a partir da seguinte questão: Como a perspectiva do DSS-T orienta, qualifica e integra a nossa ação político-pedagógico (avanços, lacunas, desafios etc)
10h – Intervalo
10h30 – Partilha dos grupos e debates
11h30 – sistematização dos debates
12h – Almoço
14h – Organizando o processo de gestão da política de DSS-T no Regional Piauí
14h30 – Trabalho de grupo a partir das seguintes questões:
1. Como avançar no processo de gestão da política de DSS-T no Regional;
2. Propostas de encaminhamentos e ações de DSS-T no Regional Piauí;
3. Avaliação do Seminário.
16h – Intervalo
16h15 – Plenária de socialização e encaminhamentos dos grupos
17h30 – Mística de encerramento
18h – jantar e encerramento
21 às 22h – Vigília no congresso Eucarístico Arquidiocesano (Todos e todas são convidados e convidadas a participar)
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Cáritas Brasileira inscreve para 1ª edição do Prêmio Odair Firmino de Solidariedade
A Cáritas Brasileira, organização não governamental da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), está inscrevendo experiências para a 1ª edição do Premio Odair Firmino de Solidariedade. O prêmio visa a estimular ações de disseminação e de divulgação da cultura de solidariedade, e faz parte da programação da Semana de Solidariedade, promovida anualmente pela Rede Cáritas.
Odair Firmino nasceu em 22 de junho de 1945, em Ipameri, Goiás, e faleceu em Anápolis (GO) no dia 5 de julho de 2008. Sua missão, antes como franciscano e depois como agente da Cáritas, foi incansável diante da exploração, do abandono e da exclusão de pessoas e de comunidades. Ele assumiu a causa dos oprimidos e amou-os até o fim, como seu próximo. Seu modo de vida, sempre alegre e cheio de esperança, fez dele uma pessoa mansa, misericordiosa e pura de coração.
Diante da violência que sempre atinge mais duramente os empobrecidos, especialmente negros, jovens e mulheres, Odair promoveu a paz verdadeira, sempre solidário com os perseguidos por causa da justiça. Com o prêmio, a Cáritas Brasileira pretende manter viva a chama da paz e da esperança que eram as principais características da luta de Odair Firmino, além de revelar ações libertadoras presentes nas contradições da história.
Estarão habilitadas a participar do edital, organizações sociais, associações, entidades, grupos comunitários, de abrangência local, que promovam ações produtivas ou extrativistas de promoção e recuperação da biodiversidade, garantam o protagonismo de excluídos e excluídas nas mobilizações, articulações e lutas políticas das organizações da sociedade civil; participação na construção de políticas públicas socioambientais e/ou no exercício do controle social destas políticas.
O prêmio busca também incentivar a formação de novas e recompensar experiências coletivas e solidárias de atividades produtivas que promovam a diversidade das culturas locais e das identidades, com atenção para as questões de gênero, raça, etnia e geração, bem como a recuperação de áreas degradadas pelos impactos ambientais e uso inadequado de recursos naturais.
Também reconhece experiências que dão destinação pós-consumo de produtos e embalagens, que atuam com educação ambiental, com minimização de entradas e saídas do processo produtivo, com reciclagem, com responsabilidade sobre o ciclo de vida dos produtos e serviços e, ainda, promovam o consumo ético e solidário na perspectiva da mudança de padrões de comportamento que viabilizam novas relações entre produção, consumo e natureza.
Além do troféu “Cruz Isósceles”, as três experiências vencedoras, vão receber, respectivamente: primeiro lugar, R$ 10 mil; segundo, R$ 5 mil; e, terceiro, R$ 3 mil. As inscrições serão gratuitas e vão ocorrer entre 1º e 30 de setembro de 2010, via internet, por meio do Sistema de Inscrição do Prêmio Odair Firmino, disponível no blog www.premioodairfirmino.wordpress.com. Os projetos deverão ser enviados para o e-mail premioodairfirmino@caritas.org.br.
Confira o regulamento no blog www.premioodairfirmino.wordpress.com ou em www.caritas.org.br.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Plebiscito e protesto de estudantes e professores marcam Grito no Piauí
No dia 7 de setembro, os brasileiros e brasileiras em ato de civilidade vão às ruas em desfiles oficiais para comemorar o dia da Independência. Mas nem todas as pessoas tem razões para comemorar. São pessoas que todos os dias tem seus direitos negados por falta de um poder público mais atuante e eficiente.
Na principal avenida de Teresina, a Frei Serafim, 1.000 pessoas marchavam na contramão do desfile oficial para marcar o 16º Grito das Pessoas Excluídas. Participaram do evento as Pastorais Sociais como a Cáritas Brasileira Regional do Piauí, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastoral da Criança, Pastoral do Migrante; FETAG, Conlutas, Movimento Estudantil, Associações, Comunidades dentre outras.
Com o tema “Onde Estão os Nossos Direitos? Vamos às ruas para construir um Projeto Popular”, o Grito deste ano teve como atividade principal a coleta de assinaturas para o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade Rural. Urnas do plebiscito foram instaladas na avenida para que durante a manifestação as pessoas pudessem declarar sua opinião.
“A limitação da propriedade rural é um importante passo para esse Projeto Popular para o Brasil quando possibilita garantir o acesso à terra para todas as pessoas, acabando com o latifúndio”, declarou Hortência Mendes, secretária regional da Cáritas. Segundo Hortência, tanto o Grito como o plebiscito são oportunidades legítimas para a população expressar sua opinião e sua vontade de mudança para a construção de uma sociedade mais justa.
O evento denunciou a situação da exclusão social em relação a políticas públicas de educação e moradia, mostrando a realidade e as necessidades das populações pobres. Na educação o destaque foi a manifestação de estudantes e professores da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) por melhores condições de funcionamento.
Recentemente, mais de 20 cursos da UESPI deixaram de ser reconhecidos pelo Conselho Estadual de Educação por falta de estrutura básica, como bibliotecas, laboratórios, salas de aula, além de poucos professores e servidores efetivos. Somados com mais 10 cursos que já foram fechados, serão 30 cursos em diversas cidades do Estado que deixarão de existir. Em Picos, os alunos estão ocupando salas de escolas estaduais ou em prédios alugados porque o prédio da universidade precisa de reformas.
O protesto teve também peça teatral na avenida com personagens como o presidente americano Barack Obama que, ao lado de Lula, debochavam do povo brasileiro enquanto festejavam a riqueza dos bancos e dos poderosos.
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sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Seminário debate importância das populações tradicionais
Durante o evento será feito um debate conceitual sobre populações tradicionais, seu modo de vida e como ele contribui para o desenvolvimento sustentável do país. Serão apresentadas também as políticas públicas para populações tradicionais da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA).
O evento contará com a participação do Movimento Quilombola, professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), estudantes, representante da Fundação Palmares e SDT/MDA, e outras organizações.
Povos Tradicionais e o Desenvolvimento Sustentável
Os povos tradicionais possuem um vasto conhecimento sobre a natureza e uma rica cultura que fora adquirido ao longo de várias gerações. Devido ao fato destes povos possuírem uma dependência da natureza para a sua subsistência, possuem uma íntima relação com ela e logo, um grande conhecimento e maneira diferente de usá-la e manejá-la.
As famílias utilizam os recursos que a natureza os oferece de forma sustentável já que sua sobrevivência depende diretamente dela. Tais conhecimentos, muitas das vezes são de total desconhecimento da sociedade e de grande valia para se desenvolver medidas sustentáveis a partir de tais saberes, ainda mais se tratando do “caos ambiental” em que nos dias atuais estamos enfrentando.
Serviço:
Obra Kolping Estadual do Piauí
Conjunto Dirceu Arcoverde II, 3978 – Bairro Dirceu II
Teresina – Piaui
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Famílias de Palmeirais fecham a PI-130 em protesto
Um grupo de aproximadamente 100 pessoas fechou a PI-130, que liga Teresina a Palmeirais, por cerca de duas horas na manhã desta quarta-feira (01) próximo à comunidade Buritizinho, na zona rural de Palmeirais. As famílias protestavam contra o avanço da compra das terras na região pela Suzano Celulose para o cultivo do eucalipto e contra a construção das usinas hidrelétricas no Rio Parnaíba.
Claudiomir Vieira, coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), declara que a empresa já comprou milhares de hectares no Estado do Piauí e do Maranhão para o plantio da árvore para a produção de celulose a fins de exportação. “Ela conta também com a isenção de impostos do Estado e dos municípios, além da promessa de construção de cinco usinas hidrelétricas no curso do Rio Parnaíba, a fins de gerar energia para manter o maquinário da indústria funcionando”, afirma o coordenador do MST.
O MST afirma ainda que essa desapropriação legalizada de propriedades rurais férteis que eram destinadas à agricultura familiar só vai incrementar o numero de 250 mil famílias piauienses que batalham por um pedaço de chão. Quadro que pode ser revertido através de uma lei que propicie a limitação da propriedade rural.
“Segundo o Incra são 153 milhões de hectares de terra que estão nas mãos dos latifundiários, enquanto 5 milhões de famílias no Brasil lutam pela posse da terra. A maioria dessas terras está a serviço do capital estrangeiro e é destinada a produção de bens para a exportação. Pouco tem sobrado para a produção voltada para o mercado interno, para a produção de alimentos mais saudáveis”, completa.
Segundo o agricultor João Rodrigues de Oliveira, morador da comunidade Nova Esperança, a Suzano tem oferecido grandes somas de dinheiro pelas terras dos agricultores para forçar as famílias a venderem suas terras para o plantio do eucalipto e oferecendo empregos às famílias que, segundo ele, não existem.
“A Suzano está é enganando o povo. Num terreno que vale 10 mil reais eles oferecem 40 , 50 mil para a pessoa vender e vai retirando o povo das terras. Esse povo vai saindo e mais tarde vai dá trabalho é ao governo, porque não tem onde ficar. Os empregos que eles tão falando que tem é pra quem tem estudo e os mais velhos que não tem estudo vão viver de quê? E quando os mais novos se formarem pra trabalhar para eles, já acabaram com tudo”, declara o trabalhador.
Apesar do pouco conhecimento que tem o agricultor, ele tem consciência dos problemas sociais que a expulsão do homem do campo pode gerar. “Se a gente sai daqui a gente fica com a cara pra cima, porque pra onde nós vamos? De quê vamos viver? Vamos gerar uma fábrica de ladrão porque se nós não pudermos educar nossos filhos eles vão acabar roubando. Nós temos que demonstrar o nosso ‘não’ para ver se as autoridades vejam isso e dê um basta nisso”, declara
De acordo com João Rodrigues, os moradores da comunidade Boa Esperança já estão com medo de serem despejados, pois a área que eles residem há 11 anos pertence à prefeitura de Palmeirais. O agricultor fala que já apareceu uma equipe fotografando o local, o que deixou as famílias mais inquietas. “A gente vai dar um jeito de conversar com a prefeitura para ver se eles passam o pedaço de terra que a gente mora para a associação. Essa vida no interior é boa demais pela tranqüilidade e um cultivo de um eucalipto desse acaba com as caças, acaba com tudo porque ele arranca os pau tudo e acaba com tudo. E o eucalipto não refloresta a terra”, finaliza.
Segundo Hortência Mendes, secretária regional da Cáritas Brasileira, a manifestação também faz parte da programação para a mobilização da sociedade em torno do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, que visa consultar a sociedade sobre a limitação de posse e aquisição das propriedades rurais.
“Queremos uma efetiva Reforma Agrária, uma agricultura familiar fortalecida, pessoas do campo e da cidade organizadas e conhecedoras do seu direito, pois só com cidadania que a gente consegue construir uma sociedade sustentável. Essa manifestação ela aponta pra isso quando questões coletivas a serem discutidas como: o limite da terra através do plebiscito popular, os grandes projetos que atentam contra o meio ambiente e contra a vida das pessoas e a luta pelos direitos e pela cidadania”, declara a secretária.
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terça-feira, 31 de agosto de 2010
Famílias agricultoras realizam manifestação na PI-130
A manifestação é contra a construção das cinco barragens ao longo do rio Parnaíba, especialmente a que será construída no município. O lago deverá inundar várias pequenas propriedades rurais e parte da rodovia estadual que liga a cidade à Teresina.
As famílias também protestam contra a expansão os plantios de eucalipto do projeto da Suzano Celulose no Piauí.
Plebiscito Popular pelo limite da propriedade rural começa amanhã
O Plebiscito que se realizará de 01 a 07 de setembro, além de consultar a população sobre a necessidade de se estabelecer um limite máximo a propriedade da terra, tem a tarefa de ser, fundamentalmente, um importante processo pedagógico de formação e conscientização do povo brasileiro sobre a realidade agrária do nosso país e de debater sobre qual Projeto defendemos para o povo brasileiro.
Centenas de urnas estão espalhadas pelo Piauí em paróquias, ONGs, Sindicatos, Associações, Universidades etc.
Semiárido concentra população analfabeta
Além do problema de convivência com a seca, o semiárido é a região com maior dificuldade na formação educacional das crianças e jovens. Concentra metade da população de analfabetos acima dos 15 anos e apresenta altos percentuais de evasão escolar, de acordo com o relatório “Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 – O Direito de Aprender”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Muitas escolas acabam contribuindo para a construção da imagem do semiárido como um lugar de atraso e de falta de oportunidades para os próprios alunos que residem na zona rural. O currículo escolar não leva em conta a realidade local. “Muitas escolas formais ainda demonstram a idéia de que o semiárido nordestino é lugar seco, pobre e de atraso. E que para obter sucesso, as pessoas tem que sair da região. Isso destrói a auto estima e estimula a migração forçada e tudo o que a ela é atrelada, em vez de estimular o desenvolvimento local sustentável”, Afirma Carlos Humberto Campos.
Durante a apresentação do relatório no evento “Água, Liberdade, Cidadania e Segurança Alimentar”, Carlos Humberto afirmou que no Piauí já existem projetos voltados para a educação, como é o caso do Projeto Fecundação da Cáritas Brasileira Regional do Piauí, que através do projeto-piloto em Coronel José Dias, foi elaborado o primeiro Plano Municipal de Educação – PME com base na Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido. Prática já adotada pelas Escolas Famílias Agrícolas através da pedagogia da alternância: 15 dias do mês o aluno fica na escola aprendendo e os outros 15 dias ele vai para casa pôr em prática o que aprendeu.
De acordo com o Coordenador Executivo do Fórum, embora existam essas potencialidades a região não consegue superar seus péssimos indicadores sociais e nem auto-financiar seu desenvolvimento econômico. E a falta adequada de conhecimento do semiárido piauiense levou à introdução de atividades que não apresentam sustentabilidade ambiental e nem se tornam vantagens competitivas dinâmicas para famílias agricultoras.
Carlos Humberto disse ainda que a população piauiense ainda é considerada uma das mais empobrecidas da federação, com baixíssimo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. A falta de trabalho e emprego, poucas fontes de renda, dificuldades de acesso a alimentos em quantidade suficiente, as aguadas secam ou ficam impróprias para o consumo humano ou produção; tudo isso estimula o êxodo rural que leva ao inchaço das periferias das grandes cidades, à migração forçada e ao trabalho escravo.
Além de todos os problemas sociais enfrentados pela população do semiárido piauiense, as mudanças climáticas que estão ocorrendo no planeta tem contribuído para o agravamento da situação.
Continuação da reportagem publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí no dia 15/10/2010
Seca atinge mais de 200 mil famílias no interior do Piauí
Renato Bezerra – Repórter de Política
Dados oficiais do Governo do Estado indicam que já são mais de 200 mil o número de famílias que passam dificuldades por conta da estiagem esse ano. Os mais atingidos residem no semiárido. No Piauí, esta região ocupa uma área de 125.692 quilômetros quadrados, dos 252.378 quilômetros quadrados totais do Estado. São 122 municípios onde mora uma população de 956.617 habitantes.
Oficialmente, 122 municípios fazem parte do semiárido legal, mas já são contabilizados149 os municípios que decretaram estado de emergência devido a falta de água, principalmente para o consumo humano. Entre os 27 novos municípios que enfrentam o problema, estão Ilha Grande e Cajueiro da Praia, municípios do litoral piauiense. Na zona rural dos dois municípios falta água principalmente para o consumo humano, visto que a água do subsolo é salgada. Característica que se estende também para municípios da região sul, onde a água dos poços tem um alto teor de salinidade, portanto, imprópria para o consumo.
Para amenizar os problemas, o poder público tem distribuído água através dos carros-pipa, cestas básicas, ajuda financeira e sinalizou a realização de um programa de construção de adutoras que deverão abastecer pelo menos 71 municípios do semiárido piauiense.
Na opinião do coordenador do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA) Carlos Humberto, as medidas adotadas pelo governo não resolve o drama dos piauienses que sofrem com a estiagem. “Essa é uma política que vem sendo praticada há décadas e já se comprovou que alivia a situação, mas não resolve e acabam que perpetuando o problema. Colocam como solução a construção de barragens e adutoras que recolherão milhares de litros d’água e distribuirão para as cidades. Mas ainda é uma política excludente, pois não se garante a chegada dessa água para as comunidades rurais que ainda precisam se deslocar vários quilômetros em busca de água”, disse Carlos Humberto.
O semiárido piauiense apresenta grandes potencialidades econômicas e sociais, como solos adequados para diversas práticas agropecuárias adaptadas; boa disponibilidade de água subterrânea e açudes públicos; turismo ecológico, cultural e religioso; diversas práticas artesanais; beneficiamento de frutas. No entanto não há aproveitamento para a promoção do bem estar do piauiense.
Para Carlos Humberto, a “Indústria da Seca” tem deixado a população, principalmente a rural, a mercê de políticas paliativas e de “cabresto”. E muitas vezes isso é usado como moeda de troca, condenando a população a uma dependência vergonhosa de cestas básicas e carros-pipa. Faltam políticas públicas eficientes que venham ensinar a população a conviver com a região e a adoção de tecnologias sociais de baixo custo que dê liberdade social e política a essas famílias.
Para tentar amenizar a situação dos que mais sofrem com os efeitos da seca, o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA), desde 1990, vem trabalhando com o objetivo de discutir políticas de enfrentamento dessa problemática. É uma articulação de organizações da sociedade civil que atua em prol do desenvolvimento social, econômico, político e cultural do semiárido brasileiro.
Carlos Humberto disse que o fórum trabalha para uma mudança de concepção do semiárido como região impossível de se viver e também do falso “combate à seca”, causador da dependência e passividade política. Uma mudança para a “convivência” com as condições climáticas locais, respeitando o ecossistema, visando o desenvolvimento sustentável da região através da cidadania.
Como estratégia de libertação da população do semiárido foi necessário iniciar um trabalho que garantisse água de qualidade para o consumo humano. E continua com a garantia de alimentação adequada para as famílias. Com a criação da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), em 2000, foi deliberado que o Fórum seria sua instancia estadual. Essa integração tem aproximado milhares de famílias da qualidade de vida através de iniciativas como o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), executados pelas nove entidades que compõem o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido.
Desde o início das ações do Programa de Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido foram investidos no Piauí aproximadamente 60 milhões de reais.
Continua...
Reportagem publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí no dia 15/10/2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Fotos do Dia Nacional de Mobilização pelo Limite
As fotografias do Dia Nacional de Mobilização pelo Limite da Terra já estão disponíveis na nossa Galeria de Fotos. É só clicar na imagem acima.